7 da manhã. O corpo doído, os cabelos desarrumados, mas somente um pensamento passa pela minha cabeça: cadê meu pacote? Pensamentos invadem minha cabeça. Calafrios femininos tomam conta do meu ser, e me levam a delirar em busca de uma resposta. 10 dias. Esse era o prazo. Mas já faz 08 dias. Por que não chegou ainda? Porque tem que ser sempre no prazo máximo?
Início de semana. Essa promete. Vou me organizar para poder cuidar de minhas bugigangas. Ah! Como é lindo esse estojo. Minha penteadeira nunca seria completa sem ele. Vocês não me entendem, eu sei, mas não me importa, porque ninguém me entende mesmo.
Preciso ligar pra minha melhor amiga e pedir desculpas. Semana passada foi meio complicada pra mim. Acho que ela me entende. Também, teve aquela vez que ela me ignorou e eu nem briguei com ela. Meu Deus!
Preciso depilar, passar na papelaria, ir ao banco, colocar aquela carta no correio... – Não, mãe... Já falei pra senhora que não fui eu!
Só salada e frango. Eu tinha prometido. Dessa vez eu vou cumprir. Mas uma “pequena” sobremesa de 400 calorias não tem como negar. Daí já seria demais.
Noite de sexta-feira. Cadê a porcaria do pacote? Justo hoje que eu queria taaaaannnttooo desfilar com ele...
Passo na portaria. Meu coração pára. Minha boca seca. O porteiro pede um segundo. Escuto um barulho de sacola. Ele me entrega um pacote. Quadrado. Com uns selos estranhos. É MINHA ENCOMENDA!
Volto pra casa, pois vou ter que trocar de roupa, de sapato, passar demaquilante, enfim, sou uma nova mulher. Agora eu quero ver quem vai me segurar. Deixa estar.
A ressaca amanhã é por conta do caldo de cana do seu José.
Ai! Eu sou a mulher mais feliz do mundo. Como sou linda, como sou tudo...
Fim...
Desta encomenda, mas virão mais, muito mais...
E a história continua.
Saudações.
Diego Strauss