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O motivo desse post é a mais pura frustração e o resultado de conversas mentais com meu alter ego.
Fiquei pensando comigo, especificamente
sobre um rapaz com quem conversava, que do nada sumiu. Offline o dia todo,
adentrando altas horas da noite, em plena terça-feira de Carnaval.
Parei para imaginar o que poderia
ter acontecido. Dormiu o dia todo? Morreu? Fui bloqueada? Se sim, disse algo
errado? Se sim, o que disse errado a ponto de ser bloqueada sem qualquer
satisfação? Estou errada? Sou errada? Meu Deus, o que foi que eu fiz para que
merecesse isso? Porque no fim a culpa é sempre nossa...
As perguntas são inúmeras e as respostas, resposta aliás, é ZERO! Assim em caps mesmo.
Foi o que deu vazão ao meu
pensamento e ao título.
Me sinto naquele episódio da
série Black Mirror que tem uma versão do “cancelar” uma pessoa. Para quem não
viu é assim, a pessoa “cancela” o outro da vida dela e ela passa a ser um
borrão que não pode ser ouvido ou visto e no lugar dela, mesmo que esteja ao
lado, aparece apenas um borrão sem som
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Triste né?
Valeria para casos extremos?
Talvez. Eu mesma “cancelaria” algumas pessoas da minha vida, bem como já fui “cancelada”
também.
Mas voltando a conversa com o
pretenso boy, não houve nada de indecoroso ou ofensivo, muito pelo contrário,
que faria valer um cancelamento.
Apenas uma mulher decidida que
sabe o que quer e deseja e deixa isso claro, porque não tem nem tempo, nem
paciência para joguinhos de sedução.
E é errado isso?
A sociedade nos cobra tanto uma
postura firme, assertiva – alguém socorre a libriana aqui – e quando ela
existe, o tal do ego frágil foge para as montanhas e bloqueia
Seria cômico se não fosse trágico!
Um colega de trabalho esses dias
postou uma coleção de Instagram Stories falando justamente disso. Qual a
dificuldade de dizer “não tô a fim”? Precisa mesmo sumir e dar o famoso "vácuo"?
É tão mais simples ser honesto,
com você e com o outro. Dialogar afinal! Qual a dificuldade disso?
Qual a necessidade de se munir de
tantas desculpas que de repente se vê envolto em um novelo delas que mal pode
sair.
Qual a dificuldade de dizer “olha,
foi legal conversar, mas não estou mais interessado”?
É uma questão de polidez humana,
de respeito ao outro.
Todos temos uma vida,
compromissos e obrigações. E da mesma forma que você se vê sem tempo de
continuar uma conversa que pode achar maçante – alooooow dar um toque – o outro,
no caso eu, também tenho minhas obrigações, compromissos, prioridades e foco.
Um aviso não cairia mal.
Mas é mais fácil “cancelar” do
que comunicar. E aí mora o ponto principal desse desabafo.
O que aconteceu com a
comunicação?
Eu, particularmente, acho muito
mais simples e verdadeiro dizer que não estou mais interessada, até porque
enjoo na mesma velocidade que me apaixono.
Mas acho que essas pessoas gostam
de manter conversas no intuito de massagear o ego frágil delas. Ser objeto de
desejo de alguém deve elevar a autoestima à mais alta estratosfera.
E como se livrar disso? Primeiro
recomendo dar um aviso, “olha, cansei” e cancela também! Porque no fundo somos
seres humanos e como todo mundo, também somos falhos.