Acabei de olhar as fotos da Colação de Grau e passou um filme da minha história diante de mim.
Minha jornada, termo em alta, mas banalizado depois de certa
participante do BBB o usar a exaustão, porém temo que seja a única palavra que
consiga definir bem esse período da minha vida que não foi fácil. Foram 22 anos
Jornalismo era minha segunda faculdade na UFMT, em 2001
comecei cursando Economia dentro daquele protocolo de sair do ensino médio e já
entrar na faculdade, mas chegando no 4º ano, faltando apenas 2 para terminar, sendo
que o último era apenas a monografia de disciplina, eu empaquei e não fui para
frente. Resultado, de tanto desistir finalmente abri mão em 2015 porque havia
passado para Jornalismo. Mas ainda assim, me considero uma “quase economista”.
Nessa época estava casada em um romance que descobri anos
depois da separação que era uma relação abus1va.
Nos mudamos do centro da cidade para perto da UFMT e comecei
a frequentar o curso.
No começo aquela animação que com o tempo foi se arrefecendo
e eu não conseguia entender o porquê não conseguia levantar pela manhã e ir
para aula sendo que essa era minha única obrigação do dia...
Meu ex-marido para me ajudar comprava comidas gostosas e
cerveja todos os dias e como resultado cheguei a quase 100 quilos e nunca
tocamos no assunto saúde mental.
Tive problema com um professor e não consegui ir as aulas
porque tinha “episódios” que anos depois descobri que eram crises de ansiedade.
No entanto meu “amor” dizia que um psicólogo iria “mexer na minha mente e mudar
quem eu sou” nunca passou pela minha cabeça procurar um profissional, muito
menos psiquiatra! Remédio? Deus me livre, iria alterar minha personalidade e eu
deixaria de ser quem eu sou, segundo ele!
E assim fui indo capengamente, reprovando por falta até
chegar em 2016 quando veio a separação, porque o dito cujo queria se satisfazer
em outros braços. Nesse momento caio em depressão por uns 3 meses, após 1 tentativa
de su1cidio.
Começo a me reerguer alguns meses depois de ficar de cama por
um longo tempo apenas chorando a miséria da minha existência e em 2018 volto a
estudar com empenho.
Mas ainda capengamente, reprovando por faltas em muitas
disciplinas até que em novembro de 2019 mais uma tentativa de suíc1idio e dessa
vez testemunhado pela minha irmã.
Não lembro de muito porque minha mente estava muito nublada
na época mas lembro de ir em um psiquiatra pela primeira vez, aí começaram os
remédios, o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar e fui parar também em um
terreiro, afinal toda ajuda era necessária e tive uma experiência surreal com
outros espíritos, enfim, foi tenso todo o processo!
Com a medicação veio a estabilidade para conseguir assistir
as aulas “daquele professor” e também uma pand3mia que mudou radicalmente a
forma de ensino em uma instituição federal. Aulas online, professores mais
amáveis, foi um período turbulento e transformador e o professor finalmente
ficou para trás.
Voltamos a vida normal e eu JUBILEI! Foram meses de caos, dor
e desespero até conseguir passar por todas as etapas do processo administrativo
para retornar e nessa hora o que me salvou foi o TAB e um milhão de documentos
após, consegui retornar para concluir o curso.
Depois veio o famigerado TCC e foi aí que pedi ajuda da
@psi.alineemanuele porque era muita tensão, ansiedade e desespero para
conseguir finalizar meu projeto e ela grandemente como profissional e
humildemente como ser humano aceitou o desafio (por isso ela se encontra nessa
galeria) e cuida de mim até hoje!
E com ajuda profissional eu finalmente consegui terminar meu
TCC e apresentar e tirar uma nota mediana, mas é isso Brasil. Foi frustrante,
mas o que importa é que alcancei a linha de chegada.
Não sei como cheguei até aqui, mas me sinto muito felizarda
de ter tido o suporte necessário, mesmo que tenha levado 22 anos da minha
primeira matrícula até a graduação, pois eu nunca achei que chegaria até aqui,
porque na minha cabeça eu m0rreia antes.
E cá estou, Jornalista formada!