Recém-lançado na Netflix, o documentário “O Dilema das Redes” apresenta comentários de ex-executivos do Vale do Silício, na Califórnia, em um debate polêmico sobre o poder manipulador das redes sociais.
Com pouco mais de 1h30 de duração, o docudrama alerta sobre a perda de qualidade de vida com o cada vez mais viciante uso das redes sociais e como as grandes empresas de tecnologia lucram bilhões de dólares roubando a atenção de seus usuários.
A melhor parte
O lado bom é que os cinco minutos finais do filme são uma luz no fim do túnel. Pouco antes de acabar o documentário, os experts do Google, Twitter, Pinterest, Facebook e outras mídias trazem dicas valiosas de como não ser ‘escravizado’ pela tela do seu smartphone. A missão é difícil, mas por que não tentar?
Confira as dez principais dicas no filme produzido pela Netflix:
1. Não clique em vídeos ou postagens recomendadas
Segundo
o autor e cientista da computação Jaron Lanier, o pai da realidade
virtual, em vez de ajudar os algoritmos te guiarem, o melhor é você
mesmo procurar o próximo vídeo que deseja assistir.
2. Instale uma extensão no Chrome que bloqueia recomendações
Em
sua loja de extensões, o Chrome oferece dezenas de opções que bloqueiam
vídeos recomendados e comentários no YouTube. No documentário,
Guillaume Chaslot, coautor do algoritmo de recomendação da
plataforma,que deixou o Google em 2013, sugere que você instale alguma
delas.
3. Desative as notificações dos aplicativos
Segundo
os experts ouvidos em “O Dilema das Redes”, essa é uma boa forma de
estabelecer limites entre você e as redes sociais. Portanto, desative as
notificações e mantenha apenas as que estejam enviando mensagens
importantes ou oportunas para você.
4. Desinstale apps que você não usa ou que tome muito seu tempo
Não
há uma regra, o critério é você quem define. No documentário, Justin
Rosenstein, cofundador da Asana, afirma que fez isso, por exemplo, com
as redes sociais e aplicativos de notícias. Desinstalou todos!
5. Abandone o Google como buscador: use um alternativo
A
questão aqui é a privacidade, segundo os especialistas. Guillaume
Chalsot diz que só passou a usar o Qwant. Segundo ele, o buscador
francês não armazena seu histórico de pesquisa. Outra boa alternativa é o
Duck Duck Go. Vale ressaltar que, pelas configurações da sua conta no
Google, é possível apagar regularmente seu histórico de busca armazenado
pela empresa, mas não impedir o registro dos termos pesquisados ou
sites.
6. Não compartilhe nada sem antes verificar os fatos
Em
época de eleições no Brasil, essa dica é muito válida contra as fake
news. Renee DiResta, gerente de pesquisa da universidade de Stanford,
nos EUA, sugere sempre fazer uma busca extra na internet.
7. Nas redes, siga também pessoas com as quais você discorda
De
acordo com a cientista de dados e autora Cathy O'Neil, a polarização
política sempre existiu e ficou mais exacerbada com o advento das redes
sociais. Ela ressalta que é importante seguir pessoas com pontos de
vista opostos online, sobretudo para reduzir o impactos de contas-robôs.
8. Não deixe seus filhos usarem as redes sociais
Vários
dos tecnólogos apresentados no documentário são firmes quanto a isso.
Alex Roetter, ex-vice-presidente sênior de engenharia do Twitter, disse
que seus filhos não usam nenhuma mídia social. "É uma regra", disse ele.
O ex-diretor de monetização do Facebook, Tim Kendall, também disse que é
inflexível: "Não permitimos que nossos filhos tenham realmente tempo de
tela", afirmou.
9. Desconecte-se, e não vá pra cama com o telefone por perto
Um
dos especialistas em ‘O Dilema das Redes’ dá uma dica para que as
famílias estabeleçam limites sobre o uso do telefone em casa. Ele sugere
que, em um horário determinado, talvez meia hora antes de dormir, você
deixe todos os dispositivos guardados em outro cômodo da casa, longe de
todos.
10. Exclua sua conta de rede social
A
medida é talvez a mais radical, porém é que mais pode dar certo para
quem deseja se desintoxicar das redes sociais. Jaron Lainer, o criador
da realidade virtual, diz que fez isso e que se sente muito melhor. Ele
reconhece que é irreal esperar isso de todos, mas avisa que é o grande
passo para se libertar dos “mecanismos de manipulação” da internet.
Fonte: Jornal O Tempo