Imagem: Lavizcosmetica
O céu é o limite para a indústria de cuidados com a pele. Experts contam mais.
Sabemos que os ativos de skincare atuais vêm, muitas vezes, de extratos naturais ou ingredientes derivados de oriem animal, mas graças a evolução tecnológica, a biotecnologia cosmética e os avanços nas áreas de engenharia genética e fermentação de ingredientes, o cenário está ampliando. A partir daí, os produtos para a pele estão cada mais certeiros, atuando em alvos específicos para estimular células e potencializar o funcionamento básico.
Então, qual é o futuro dos cosméticos? O que há de novo e o que esperar? As farmacêuticas e experts Maria Eugênia Ayres e Patrícia França contam o que vem por aí.
Como a biotecnologia oferece um avanço para a produção de cosméticos?
A produção de cosméticos naturais baseada em plantas usa muitos recursos, como área de cultivo, água, energia e trabalho humano. Com o uso da Biotecnologia, diminuímos o uso de plantas e animais produtores de ingredientes cosméticos. "Usar micro-organismos para fabricar esses ingredientes substitui plantações e a crueldade animal", explica Maria Eugênia. "Por serem desenvolvidos em laboratórios, podemos alterar e/ou modificar a molécula buscando sempre o melhor resultado de cada molécula, como: melhorar a capacidade de permeação, cuidar da microbiota da pele e também tornar a molécula mais estável."
Qual a maior novidade da tecnologia cosmética hoje?
Provavelmente você já ouviu falar em peptídeos, certo? E, segundo Maria Eugênia, continuará ouvindo por bastante tempo: "Os peptídeos são capazes de penetrar em camadas mais profundas da pele e podem agir como sinalizadores, carreadores ou inibidores de neurotransmissores."
E os prebióticos e probióticos que andam fazendo sucesso? Podemos confiar?
Super! Eles são uma realidade e estão presentes em vários lançamentos dos últimos tempos com a função de equilibrar a microbiota da pele. A farmacêutica explica que eles são criados a partir da fermentação de alguns ingredientes, sendo os mais comuns, frutas, plantas, ervas e fermento.
"O processo de fabricação quebra a estrutura molecular dos ingredientes, tornando os nutrientes mais concentrados, com maior absorção. Além disso, o processo pode também produzir aminoácidos e antioxidantes adicionais, que são muito benéficos para a pele", Maria Eugênia ainda ressalta que nossa pele não produz enzimas, por isso o processo enzimático causado pelos pró e pré são tão bons. "Ele transforma os ingredientes ativos, podendo ser mais facilmente absorvido e funcional."
A modificação genética para criação de ativos em laboratórios é um caminho seguro para os cuidados com a pele?
Através da modificação genética para criação de ativos em laboratório, temos opções de tratar a pele utilizando o que há de mais moderno e tecnológico em cosméticos, como os peptídeos, células-tronco de origem vegetal e fatores de crescimento. "Estas substâncias tornam os produtos com ação mais direcionadas e tratam a pele com capacidade regenerativa superior, atuando na longevidade celular, protegendo e até estimulando o reparo do DNA de células e de fatores de crescimento natural da pele", reforça Maria Eugênia.
O que podemos esperar para o futuro?
Maria Eugênia acredita que o futuro da cosmetologia será pautado em uma cosmetologia científica, funcional e preventiva. Entre as tendências, estão os cosméticos hibridos, que unem vários benefícios em apenas um produto. "Além disso, os cosméticos em pó são uma tendência sustentável muito importante e seu objetivo é economizar água, mas sem perder a eficácia", complementa.
Outra tendência para o futuro serão as associações de empresas cosméticas com indústrias de tecido. A ideia será a produção de tecidos cosméticos com o objetivo de suprir carências ou deficiências da pele.
Essas novas tecnologias podem abrir caminho para um mundo mais sustentável e cruelty free?
Com certeza! O desenvolvimento de ativos em laboratório corta várias partes da cadeia, como comentamos acima. "Com um consumo cada vez mais consciente, é natural que busquemos alternativas de produtos que entreguem eficácia, mas que tenham um impacto ambiental menor.", complementa Patrícia França.