Nanette (2018) é Stand Up da Hannah
Gadsby (Please Like Me, crédito de escritora e atriz), e está disponível na Netflix.
Antes de começar gostaria de fazer
algumas considerações para entenderem o meu impacto e necessidade de vir aqui
falar:
1 – Eu não gosto de comédias em geral devido à minha falta de senso de
humor! E stand up então, nunca tinha visto nenhum e nunca tive vontade;
2 - Não faço parte de minorias,
logo não fui ou sou alvo de qualquer tipo de preconceito;
3 – Só fui ver Nanette por conta
de indicação de pessoas que admiro: @cecilia.dassi e @futilidades
O que não me isenta da responsabilidade
de usar minha voz para gritar contra injustiças mesmo que não as tenha sentido “na
pele”. E a isso chamamos de empatia!
Agora vamos ao que queria falar:
Hannah Gadsby (estrela de Nanette) nas palavras dela é
“sapatão, gorda e feia de um lugar minúsculo e distante”, no caso, Smithton na Tasmânia,
continente Australiano
Ela começa como qualquer stand up
fazendo piadas sobre ser LGBT, o que isso significa e como ela se enquadra ou
não nos critérios e padrões! E achamos graça nos enquadrando ou não nas piadas.
Só que de repente o show dá uma
reviravolta inesperada e ela coloca ele: o homem, branco, cis, hétero,
privilegiado em pauta. E aí meus amigos, é onde Nanette mostra sua força!
"porque é perigoso ser diferente"
Porque essa mulher sofreu o diabo
apenas por ser quem é (sem opção, sabemos) e porque as pessoas à sua volta simplesmente discordavam,
ou achavam que era pecado, crime ou qualquer outra justificativa sem pé nem
cabeça ou fundamento, para deixa-la à margem dos “outros seres humanos”.
E quando ela diz que precisa
parar de fazer piadas depreciativas sobre ser lésbica, que ela usava a comédia
para mascarar sua dor, nesse momento sentimos com total potência essa dor! E o que era para ser
engraçado (será mesmo?) nos faz verter lágrimas incontroláveis por – como disse não
vivi nada disso – sentir ou imaginar o que ela pode ter passado, sem saber na
verdade um ínfimo do que realmente foi.
Quando ela diz: “O riso é só o
mel que adoça o remédio amargo”, ou “estou morta por dentro, sei lidar”.
Dói!
Na alma!
No ser!
Vemos e sentimos sua dor, vemos sua raiva e
por fim sua ideia de redenção. Quando ela diz que não quer alimentar esse ódio
dentro dela.
E no momento em que ela em meio a raiva e choro contido brada a frase, “não há nada mais forte que uma mulher destruída que se reconstruiu”! Bradamos com ela, torcemos por ela, sentimos por ela, e a partir de agora amamos e admiramos essa força da natureza chamada @hannah_gadsby
"Não há como ninguém se atrever!"
Quem não viu, veja! Quem já viu, espalhe! Chega de tanto ódio,
incompreensão e preconceito nesse mundo! Todo mundo deveria ter seu espaço e
ser aceito! Ninguém deveria ser qualificado e classificado por sua opção
sexual, cor da pele ou quantidade de gordura no corpo! Chega!
Quem mais aí está cansado?
Comentem! Reverberem! Exponham! Gritem! E nunca se deixem calar!