SETEMBRO AMARELO: Ex-suicida escreve livro e cria grupo de apoio e acolhimento para "salvar vidas"

terça-feira, 6 de setembro de 2022

 

Cerca de 2.200 pessoas já passaram pelo grupo em 3 anos

Nascido em fevereiro de 2019 com o intuito de auxiliar pessoas que sofrem com depressão, transtorno de ansiedade, suicídio ou qualquer tipo de transtorno que esteja desestabilizando as emoções, o Grupo de Apoio Terapêutico #Fale passa a atender semanalmente durante o mês de Setembro, no Cine Teatro Cuiabá, às 19h30. O grupo é inspirado nos Alcoólicos e Narcóticos Anônimos e no trabalho que o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza, com confidencialidade e acolhimento terapêutico em um lugar seguro, no que diz respeito à exposição da história.

Segundo Alan Barros, autor do livro Tenho Depressão. E agora? E um dos idealizadores do #Fale, juntamente com a psicóloga Flávia Haddad, o grupo não é palestra pontual, mas sim um formato inspirado no AA, aonde as pessoas vão para serem acolhidas e se sentirem pertencidas. “Sou um ‘ex’- suicida, que passou 12 anos da vida com pensamentos e tentativas de suicídio, que decidiu transformar essa dor em amor e esperança na vida do outro. Não falamos e nem distinguimos religião. Todo ser humano é muito bem-vindo e será acolhido com muito amor”, explica.

O grupo funciona como um complemento ao tratamento medicinal, por entender que um lugar acolhedor, sigiloso e no qual a pessoa se sinta segura para contar sobre as suas dores para pessoas que passam ou passaram por situações iguais ou parecidas, é uma ferramenta terapêutica. Também é realizada uma escuta fraterna e um direcionamento amoroso e empático, já que o maior objetivo do #Fale, além de acolher, é justamente reforçar a importância dos tratamentos com psicólogos e psiquiatras, direcionando e ressignificando as resistências e os mitos ainda existentes em relação a esses profissionais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados e um dos principais meios de prevenção é o diálogo. As tendências apontam a falta de interesse em atividades simples, isolamento ou ainda a melhora repentina – como um alívio, que pode indicar que a pessoa já está decidida a atentar contra a própria vida. Esses sinais devem ser levados a sério.

“A partir do momento em que o participante adentra o espaço do grupo, ele deixa lá fora todo o julgamento e autojulgamento que possui, todas as histórias são abraçadas com amor e empatia. Também não importa a causa aparente, dor é dor. Sempre pedimos para que as pessoas não olhem para a dor alheia e subestime a sua própria. Não importa se você está em luto porque terminou um relacionamento e o colega do lado está em luto porque perdeu um filho. A dor que você está sentindo é a que vamos acolher, sem julgamentos”, salienta Alan.

Além de dirigir o Grupo de Apoio #Fale, Barros é um ativista importante no Setembro Amarelo e nas causas sobre Suicídio, é também embaixador nacional da campanha Janeiro Branco e atua profissionalmente ministrando palestras e capacitações em Prevenção e Posvenção do Suicídio. “Entendi que o meu propósito de vida é transformar dor em amor na vida do outro e que a minha missão é reduzir ao máximo os casos de suicídios no Brasil, por meio da disseminação do conhecimento”, relata ele.

No mês de setembro acontece a campanha de conscientização sobre o suicídio: Setembro Amarelo. Segundo a OMS, no Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Por isso, é tão importante que as iniciativas de sensibilização do suicídio aconteçam o ano todo.

Serviço

O que:  Grupo de Apoio e Acolhimento Terapêutico #Fale

Quando: 06, 13, 20 e 27 de setembro

Horário: 19h30 às 21h30

Mais Informações: (65) 2129-3848

Redes Sociais: @alanbarrosreal

                        @psi.flavifgaddad 

                         @cineteatrocba

 

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