Qual o preço de um sonho?
Quantas vezes precisei juntar os cacos do que sobrou de mim,
quando a esperança escorregava pelos dedos como areia molhada
e o mundo parecia rir da minha fé teimosa?
Quantas vezes caminhei no escuro,
com os joelhos ralados e o coração em silêncio,
mas ainda assim, indo.
Ainda assim, sentindo.
Às vezes me pergunto:
qual é o preço de um sonho?
Será medido em noites sem dormir,
em lágrimas escondidas no travesseiro,
em portas fechadas na minha cara
ou em todos os "não" que engoli com a garganta seca?
A verdade é que ninguém te conta
que sonhar é um ato de resistência.
Que acreditar, mesmo depois da queda,
é coragem rara —
daquelas que não se aprende, se nasce.
Ou se forja na dor.
Porque eu sangro, sim.
Mas cada cicatriz minha tem nome, data, aprendizado.
Cada tropeço me ensina a olhar mais fundo,
mais dentro,
mais em mim.
E se doeu? Doeu.
Se desisti? Nunca.
Porque há uma voz que ecoa suave — mas firme — dentro de mim:
“Você nasceu para florescer, mesmo no concreto.”
Então me ergo.
De novo.
Quantas vezes for preciso.
Porque meu sonho não é luxo.
É urgência.
É verdade.
É raiz.
E quem tenta calar essa voz
não sabe que ela arde —
mas também me guia.
Eu sigo.
Com medo, com cansaço,
mas com a certeza de que o impossível é só o começo
daquilo que já mora em mim.