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Disney, não — galinhas no porta-malas: quando aprendi o peso do dinheiro

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Os 15 anos que imaginei que poderia ter versus os 15 anos que eu tive 

Como descobri o peso do dinheiro ainda criança — e aprendi que nem todo sonho cabe no orçamento e que a Disney não era para mim.

A primeira coisa que me vem à mente, minha mais antiga memória com dinheiro é do meu pai com um bolo de dinheiro nas mãos e a gente correr para o mercado gastar porque no dia seguinte ele já não valeria mais a mesma coisa. Estávamos nos anos 80, no plano Collor que congelou e sequestrou a poupança de milhares de pessoas no Brasil. A inflação estava fora de controle e os preços eram reajustados diariamente. Por isso o bolo de dinheiro – que não valia muito e valeria menos no dia seguinte – e a corrida desenfreada para garantir os itens de consumo básico antes que aumentassem de preço.

A segunda lembrança que tenho e foi nesse momento que entendi a diferença de classes sociais e que eu fazia parte da classe pobre. No ensino médio eu passei em um processo seletivo para estudar em uma escola de ponta, federal, gratuita. Acontece que nela, a antiga Escola Técnica Federal, hoje Cefet, diferente da minha escola de bairro que estudei a vida toda e tinha em sua grande maioria pessoas da mesma classe social que eu, na ETF havia jovens de todas as classes sociais, pois era uma escola muito requisitada e de prestígio.

Aos 14 anos fiz amizade com uma menina que não me lembro o nome, mas que claramente vinha de uma família com recursos financeiros. Tinha Tamagoshi assim que lançou, os melhores cadernos, estojos e mochila descolados. A minha? Uma horrível, gigante, azul marinho com vermelha que certamente duraria todo meu ensino médio – spoiler: durou.

Essa minha amiga iria ganhar de presente de 15 anos uma viagem à Disney, e como eu também ia fazer 15 anos naquele ano, ela me convidou a me juntar a ela nessa excursão por meio de uma agência de viagens.

Inocente, fui falar com meus pais meus pais que queria esse presente de 15 anos, se hoje eu rio da situação absurda que coloquei meus pais por não ter noção da nossa realidade financeira, na época eu achei que simplesmente era possível um vendedor de espetinho que mal tirava R$ 30 por dia livres e uma secretária escolar bancar uma viagem dessas.

Meu pai, meio desconexo da realidade que nem eu – tenho quase certeza de que ele é bipolar também – coitado ainda foi na agência para ver o valor de quanto sairia esse presente para sua filha primogênita.

Esse mesmo pai que trocou nosso animal de estimação, uma pastora alemã de 5 anos por um porta-malas cheio de galinhas, que vendeu nossa casa no interior por apenas R$ 3.000,00 e, ainda parcelado, foi a uma agência de viagens perguntar o valor de um pacote para Disney.

Não me lembro se eu fui, tenho umas lembranças de ter entrado em uma agência de viagens gigante em Cuiabá, mas pode ter sido de outro momento. Mas acho que fui com ele.

E então, descobrimos finalmente o valor do pacote: R$ 15.000,00 que vejam bem, poderia ser divido em parcelas de R$ 4.500,00 (não lembro quantas). A memória pode estar um pouco nublada, talvez fosse uma entrada alta e o resto em parcelas menores, mas o que descobri naquele dia: isso nunca seria para mim. Não ao menos naquela realidade financeira e classe social que eu existia. Quinze mil reais em 1996 para uma família de 5 pessoas que sobrevivia com o salário de secretária da minha mãe e dos trocados que sobravam da venda de espetinho pelo meu pai. Totalmente fora da nossa realidade! Um sonho praticamente impossível de ser realizado.

Naquele momento eu tive meu grande primeiro choque de realidade. Não culpei meus pais por não serem capazes de me dar esse presente de aniversário de 15 anos, eu entendi que o que eu sonhava estava muito distante da nossa realidade financeira, que mal poderia pagar um bolinho na nossa casa mesmo, cujas paredes sequer tinham tinta, eram apenas cinzas do reboco de cimento.

Hoje, olho para aquela adolescente com ternura. Não fui à Disney, mas viajei por caminhos que ela nem ousava sonhar. Ainda luto todos os dias para romper os muros invisíveis da classe, da origem, da falta. Mas aprendi a transformar ausência em impulso, e frustração em força. Talvez, só talvez, meu passaporte carimbado ainda venha, não como presente, mas como conquista.

Quando o frio soprou pela primeira vez Cuiabá: o inverno que mora em mim

quarta-feira, 28 de maio de 2025

 


Vinte e oito de maio de dois mil e vinte e cinto. O primeiro vento frio chegou a Cuiabá, essa cidade que me abriga desde os nove anos, mas cujo calor escaldante nunca me conquistou. Talvez porque vivamos ao lado do Portão do Inferno. Literalmente.

O céu está cinza e, para mim, isso é belo.

Lá fora, chove. Mas não é uma chuva com ventos, trovoadas, dessas que derrubam árvores ou fazem a energia cair. É uma chuva vertical, reta, contínua, quase uma prece que cai do céu ao chão. Uma cascata delicada que produz o mais delicioso dos sons: o barulhinho de chuva.

O clima pede coberta, vinho, aconchego e até afago. Mas para mim, ele desperta: energia, produtividade, criatividade.

Engraçado que não me lembro de muitos dias específicos da minha infância, mas desse dia eu me lembro com uma clareza tal, como se tivesse ocorrido ontem.

Eu devia ter uns sete, oito anos.

Estava com um vestido vermelho de crochê e uma pochete azul — sim, porque eu era uma fashionista trendsetter desde sempre! Estávamos na parte da frente da casa: eu, meus irmãos, a babá… e um boi. Ou uma vaca. Ou talvez um bezerro — nunca soube ao certo.

Eu me lembro do sol cálido tentando romper as nuvens com uma luz clara, branca. Nada daquele amarelo costumeiro. Essa luz criava pequenos pontos de calor no quintal em muretas, pedras, meu colo. Eu me sentava nesses feixes, procurando abrigo do frio.

Um vento gélido e cortante que era possível sentir na espinha de tão frio que estava aquele dia.

Lembro das pedras de rio, daquelas roliças, que meus pais colocaram em frente de casa, perto da roseira que ficava em um grande vaso de concreto, porque como a luz estava diferente, elas estavam com um brilho especial, iluminadas, mas sem arder os olhos.

Hoje, o que mais se assemelha àquela luz é a lâmpada fria - branca, quase azulada- mas, naquela época, 35 anos atrás, ela vinha direto da natureza.

Ou talvez de Deus.

Acho que foi ali que nasceu o meu amor pelo frio. Ou se não nasceu, foi quando ele se revelou.

Toda vez que o vento gélido volta a soprar por aqui, minha alma começa a se aquecer.

E a felicidade brota, simples, como o barulho de chuva numa manhã cinza.

Bem-vindo, inverno.

Pode entrar.

 

🧨 As 13 Red Flags mais ignoradas por mulheres intensas e apaixonadas

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Imagem: Getty Images

(e que a gente só percebe quando já tá chorando ouvindo Adele no banho)

Ah, o começo do amor…
Borboletas no estômago, mensagens com bom dia e boa noite, playlist compartilhada, papos profundos sobre filmes, mães…
Sim. Mães.

A paixão tem um filtro rosa que apaga os alarmes, mas eu — sobrevivente de embustes emocionais, em recuperação eterna — vim te contar as 13 red flags mais ignoradas por nós, mulheres intensas, que amamos com força e esquecemos de desconfiar com calma.

E sim, muitas dessas vêm da minha própria história. 💔


Vamos nessa?

1. Proximidade estranha (e às vezes sufocante) com a mãe

Ele te chama de “amor” no segundo dia, mas ainda mora com a mãe… e conta TUDO pra ela.
Pior: compartilha problemas íntimos, recebe dela conselhos sobre você.
Se não for terapia, é dependência emocional disfarçada de laço familiar. 

2. “Você é diferente das outras” (dito cedo demais)

Parece elogio, mas não é. É uma tática sutil de colocar você num pedestal instável — onde a queda será só sua. 

3. Diz que está “emocionalmente indisponível”, mas segue te mandando mensagens todos os dias

Tradução: quer tudo o que um relacionamento oferece, sem o compromisso de te dar nada de volta.
(Ah, brit…) 

4. Ex que “era louca” (mas ele ainda fala dela com frequência)

Se TODAS as ex dele são instáveis, desequilibradas e ele é sempre a vítima…
⚠️ ALERTA DE GASLIGHTING ⚠️
(E olha que eu já fui a ex “intensa” de um terapeuta. Ele? Nunca errou. Pois sim.)

5. Diz que você é “demais” (mas como um defeito)

Você ama, sonha, se entrega, sente.
Ele diz que você é “muito intensa”, “muito sensível”, “muito mulher”...
Muita coisa pra quem é pouco, né?

6. Sumiços inexplicáveis seguidos de declarações dramáticas

Nada de “como foi seu dia?” por uma semana.
Aí do nada: “você é a mulher da minha vida.”
Essa montanha-russa se chama manipulação emocional.

7. “Somos só amigos” (com uma ex que ele ainda encontra com frequência)

A frase que vem antes da queda.
O coração já sabe. A intuição grita. Mas a gente romantiza.

8. Nunca assume erro. Nunca pede desculpas. Nunca se responsabiliza.

E você?
Acaba sempre achando que exagerou.

9. Elogia seu corpo, mas nunca sua mente

Te deseja, mas não te admira.
Te beija, mas não te escuta.
Te elogia com os olhos, mas não com o coração.

10. “Queria muito te ver, mas minha vida tá um caos”

Spoiler: a vida dele vai continuar um caos enquanto você estiver disponível demais.
A ausência de tempo nunca impediu a presença de interesse.

11. Muita poesia, pouca ação

Manda versos, cita Shakespeare, escreve como um Lorde…
Mas quando você precisa, some feito fumaça.
Se o amor só existe na palavra, não é amor. É roteiro de fanfic ruim.

12. Planeja o futuro, mas não marca nem o date da sexta

“Imagina a gente em Paris?”
(Amor, a gente nem foi no café do bairro ainda.)

13. Você se sente sempre um pouquinho menor quando está com ele

E esse é o maior sinal de todos.
O amor real não te diminui. Ele te amplia.

💔 Conselho final da Jana:
Se você precisa de intuição, lupa, investigação e fé para entender o que ele sente — então, ele não sente.

Quem quer, mostra. Quem ama, cuida.
E quem some, você deixa ir.
Porque a mulher que você é merece amor inteiro. Não esmola emocional.

E você? Ignorou qual red flag achando que era decoração de Natal?
Me conta nos comentários ou manda anonimamente para nosso próximo post.
Juntas, vamos deixar esses boys sem roteiro.
E ainda ganhar um prêmio literário no caminho.

Quando o espelho quebra. Aprendi da pior forma o que era mirroring!

quarta-feira, 21 de maio de 2025


O dia em que percebi que não era amor — era apenas reflexo.

Durante semanas, achei que tivesse encontrado algo raro. Daqueles encontros que a gente só vê em filmes ou lê em livros antigos. Um homem de fala mansa, olhar gentil, que me enviava poesias no meio da noite, que citava Shakespeare com a mesma naturalidade com que dizia “good morning”.

Ele parecia me enxergar por inteiro.

E como uma boa poeta que sou, me vi ali, completamente entregue à possibilidade de ser amada na mesma intensidade com que amo. Passei a acreditar que aquele homem — culto, sensível, estrangeiro, quase saído de uma livraria londrina — era a peça que faltava nesse quebra-cabeça que é o amor pra mim.

A ilusão do espelho

Mas aí me deparei com um vídeo que foi como uma lâmina cortando devagar.
Nele, uma especialista dizia: "Mulheres intensas, alto astral, criativas, geralmente caem na mão de narcisistas emocionais. Eles não se mostram de cara. Eles te observam, estudam e replicam seu comportamento. E por isso você acha que encontrou sua alma gêmea. Mas não é. É só um espelho."

Aquilo me paralisou.

De repente, todas aquelas conversas profundas, as poesias trocadas, as promessas sussurradas com sotaque britânico, começaram a fazer outro sentido. Talvez ele nunca tenha me enxergado de verdade — apenas devolvia minha própria luz em reflexo.

Espelhamento (mirroring), no contexto do abuso narcisista, refere-se ao ato de imitar ou refletir os pensamentos, sentimentos e comportamentos da vítima. Envolve o narcisista estudando os gostos, desgostos, preferências e valores da vítima e, em seguida, adotando essas mesmas características.

Era poesia… mas só de um lado

O que mais me doeu foi perceber que a poesia que tanto nos uniu — ele me mandava versos, lia poemas pra mim, dizia que se emocionava com minhas palavras — talvez fosse apenas mais uma tática para me manter encantada.

E como boa poeta, fui caindo.
Caindo nas entrelinhas, nos detalhes, nas metáforas que pareciam sinais de conexão genuína.

Mas poesia, quando é verdadeira, constrói. Ela toca, mas nunca fere.
E o que vivemos, embora parecesse lírico, terminou com silêncio, indiferença e promessas quebradas.

Quando não é amor, é lição

Hoje entendo que ele não me amava. Talvez tenha amado a ideia de ser amado por mim — e isso é bem diferente.

E eu? Eu amei com verdade. Como sempre.
Mas dessa vez, não me culpo por isso.

Eu amei porque sou feita de palavras.
Amei porque acredito no amor — ainda que ele, tantas vezes, venha disfarçado de poesia.

Mas agora eu sei: amor de verdade não confunde, não esconde, não manipula.
Amor de verdade não reflete — revela.

Love Bombing: When Love Arrives Like an Avalanche (But Doesn’t Stay)

sexta-feira, 16 de maio de 2025

By Janaína Arruda – Janaland

It was too much love in too little time.
Eyes that felt eternal through a screen, sweet words spoken with a foreign accent, promises of a future where only the two of us existed.
Me, as intense as I am, melted — and he knew it.
That’s when I learned: there’s a big difference between intense love and real love.

What I lived with Paul — and only now can I name it — has a name: love bombing.
And no, it’s not love.
It’s manipulation wrapped in romance.

What is love bombing?

Love bombing is an emotional tactic where someone overwhelms you with intense displays of affection, over-the-top compliments, big promises and declarations of eternal love — all in a very short time.
It feels like a fairy tale, but it’s a trap.
The goal isn’t love. It’s control. Dependency.
To make you believe you’ve found “the one” — and just when you surrender, they begin to pull away, disappear, grow distant.
And there you are, stuck between what was promised and the silence that followed.

How to recognize it?

  • Everything is too much, too fast

  • He calls you “the love of his life” before he even knows your favorite meal

  • There are lots of promises, but very little consistency

  • Slowly, communication changes: you start feeling ignored, anxious, insecure

  • You begin to blame yourself for feeling too much

  • He says “you’re too intense” — but isn’t there when you need him

What can you do?

  • Trust the signs: absence says more than a thousand words

  • Come back to yourself: someone who truly loves you won’t just disappear

  • Don’t blame yourself for believing: the problem was never loving too much — it was him not loving enough

  • Don’t accept less than what you offer.
    You weren’t born to be anyone’s half.
    You weren’t meant to beg for crumbs from someone who swore they’d love you.

Today, I look at all of this with more love for myself.
And if you’ve ever been through something like this — or are going through it right now — know this:
You deserve a love that stays.
That doesn’t fade into silence.
That fights to stay.

And until that love comes, may your own love for yourself be the most beautiful one of all.

A dificuldade de lidar com a dor da rejeição e ver alguém partindo

quarta-feira, 14 de maio de 2025


Tem uma dor que não cicatriza direito. Uma ferida que fecha por fora, mas sangra por dentro.
É a dor de ser deixada.

De ver alguém atravessando o portão e indo embora sem olhar pra trás.
Já senti isso uma vez. Achei que tinha sobrevivido. Achei que tinha aprendido. Mas aqui estou eu de novo, perguntando pra mim mesma o que é que eu tenho de errado.

Aconteceu de novo, 
Ele chegou como uma brisa leve, um filme britânico indie daqueles que a gente assiste numa madrugada insone achando que a vida é poesia, que tudo é possível, que basta amar.
Ele era sorriso, era cuidado, era desejo — e eu quis acreditar. Me entreguei. Dei o melhor de mim. Abri as portas, os medos, os traumas. Mostrei quem eu era sem maquiagem, sem filtro, sem armadura.
E, mais uma vez, não foi o suficiente.

Ele partiu. Não com gritos. Não com drama. Mas com aquele silêncio cruel de quem simplesmente... não fica.
É esse o tipo de rejeição que mais me dilacera. A que não tem explicação, nem fechamento, nem aviso prévio.
Ele foi embora e eu fiquei aqui, sentada nos escombros de mais uma esperança quebrada, tentando entender por que toda vez que eu amo, o outro vai embora.

Será que sou demais? Ou de menos?
Será que assusto? Será que canso? Será que o problema é essa minha mania de sentir tudo com intensidade, como se amar fosse um ato de sobrevivência?

Eu sei que sou intensa.
Sei que entrego tudo.
Mas também sei o quanto é cruel viver nesse ciclo de ser abandonada, como se meu coração fosse um Airbnb de passagem — confortável o bastante pra um fim de semana, mas nunca pra construir uma casa.

E o pior da rejeição nem é o outro ir embora.
É o que ela acende dentro da gente.
A voz que diz: “Tá vendo? Você não é amável o suficiente. Nem desejável. Nem digna.”
Eu tento calar essa voz, juro. Mas às vezes ela grita mais alto que minha razão.

Hoje, eu não tenho final feliz pra oferecer nesse texto.
Não tem superação.
Não tem aprendizado embrulhado pra presente.
Hoje só tem lágrima. Tem peito aberto. Tem dor.

E tem a promessa silenciosa que faço a mim mesma: de continuar.
De chorar tudo o que for preciso.
De acolher a mulher ferida que mora em mim.
De, quem sabe, um dia, aprender a amar sem medo de ser deixada.

Mas hoje não.
Hoje eu só quero gritar pra quem quiser ouvir: dói pra caralho ser rejeitada.
Dói ver alguém que você ama virar as costas.
Dói sentir que, de novo, você ficou.

E se você já sentiu isso, eu te abraço daqui.

Na verdade, acho que a gente se abraça — todas nós, mulheres que já amamos alguém que não ficou.
A gente se encontra nesse lugar de dor, de esperança que insiste, de amor que ainda pulsa mesmo machucado.

Um dia passa.
Mas hoje, não.

Love bombing: quando o amor chega como avalanche (mas não fica)

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Por Janaína Arruda – Janaland

Era amor demais para pouco tempo. Olhares que pareciam eternos através da tela, palavras doces ditas com sotaque estrangeiro, promessas de um futuro onde só existíamos nós dois. Eu, intensa como sou, me derreti — e ele sabia disso. Foi aí que aprendi: existe uma diferença enorme entre amor intenso e amor verdadeiro.

O que vivi com the brit — e só hoje consigo nomear — tem um nome: love bombing.
E não, não é amor. É manipulação disfarçada de romance.

O que é love bombing?

Love bombing é uma tática emocional onde alguém te envolve rapidamente com demonstrações intensas de afeto, elogios exagerados, promessas grandiosas e juras de amor eterno, tudo em pouquíssimo tempo. Parece conto de fadas, mas é armadilha.

A intenção não é amar, é te prender. Criar dependência. Te fazer acreditar que você encontrou o amor da sua vida — e quando você finalmente se entrega, a pessoa começa a sumir, esfriar, se ausentar. E você fica ali, perdida entre o que foi prometido e o silêncio que ficou.

Como identificar?

  • Tudo é muito intenso, muito rápido

  • Ele te chama de “amor da vida” antes mesmo de saber seu prato preferido

  • Há muitas promessas, mas poucas ações consistentes

  • Aos poucos, a comunicação muda: você passa a se sentir ignorada, insegura, ansiosa

  • Você começa a se culpar por sentir demais

  • Ele diz “você é demais” — mas não está lá quando você precisa

O que fazer?

  • Confie nos sinais: a ausência diz mais do que mil palavras.

  • Resgate seu centro: quem ama de verdade não desaparece.

  • Não se culpe por ter acreditado: o problema nunca foi amar demais. O problema foi ele não amar o suficiente.

  • Não aceite menos do que você oferece. Você não nasceu para ser metade de nada, nem para viver mendigando migalhas de atenção de quem dizia te amar.

Hoje eu olho para tudo isso com mais amor por mim mesma. E se você também já viveu algo assim — ou está vivendo — saiba: você merece um amor que permaneça. Que não suma no silêncio. Que lute para ficar.

E até esse amor chegar, que o seu próprio amor seja o mais bonito de todos.

📍Lugares extraordinários (sem perrengue) para pedir em casamento

sexta-feira, 9 de maio de 2025

💍 Vai pedir em casamento e quer causar impacto (sem ter que pular de um helicóptero)? Calma, a gente te ajuda. Aqui vão 5 lugares especiais e certeiros no mundo pra ouvir o tão sonhado “SIM” — e ainda render foto bonita pro feed:

  1. Torre Eiffel acesa – Paris, França
    Clássico? Sim. Brega? Talvez. Mas funciona. Espera anoitecer, deixa a torre piscar e se ajoelha. Boom. Pedido com selo de aprovação do Pinterest.
  2. Passeio de barco no rio Sena – Paris
    Se você quer uma versão mais romântica e menos “turistão com selfie”, o Sena entrega. De noite, com as luzes refletindo na água… difícil dizer não. 
  3. Debaixo da aurora boreal – Tromsø, Noruega
    Não é magia, é ciência. E também é o cenário mais surreal pra dizer “quer casar comigo?”. Melhor época: de setembro a março.
  4. Festival das Lanternas – Chiang Mai, Tailândia
    Milhares de lanternas subindo no céu. Um pedido aqui é praticamente cinematográfico. Só cuidado com a concorrência: esse é o Super Bowl dos pedidos.
  5. Brooklyn Bridge Park – Nova York, EUA
    Vista linda de Manhattan + pôr do sol + skyline de filme. Dá pra ser simples e impactante ao mesmo tempo. E não, não precisa fazer o pedido na Times Square, por favor.

Bônus:
Amalfi Coast, Itália
Pede um prosecco, senta num terraço em Positano, e deixa a paisagem fazer o trabalho. Ponto extra se o anel vier junto com um prato de massa.


Extraordinary places to propose marriage

quarta-feira, 7 de maio de 2025

💍Ready to pop the question but not ready to jump off a plane? We got you. Here are 5 amazing — and realistic — places in the world to propose and still get that jaw-dropping photo:


1 - Eiffel Tower at night – Paris, France
Classic? Yep. Cheesy? Maybe. But it works. Wait till it sparkles, drop to one knee, boom. Proposal certified by Pinterest.


2 - Boat ride on the Seine River – Paris
More low-key and romantic than the Eiffel crowd. Night cruise, soft lights on the water — it’s basically a movie scene.

3 - Under the Northern Lights – Tromsø, Norway
It’s not magic, it’s science. And also a jaw-dropping way to say "Will you marry me?". Best season: September to March.

4 - Lantern Festival – Chiang Mai, Thailand
Thousands of lanterns lighting up the sky. Yes, it’s a little dramatic. But hey, so is love. Just be quick — competition is fierce.

5 - Brooklyn Bridge Park – NYC, USA
Stunning skyline, sunset vibes, and movie-worthy background. Simple, cool, and zero Times Square chaos.

Bonus pick:
Amalfi Coast, Italy
Grab a prosecco, sit on a Positano terrace, and let the view seal the deal. Extra points if the ring comes with pasta.


Perfume de Solteiro x Perfume de Casado: um estudo nada científico, mas altamente perfumado

segunda-feira, 5 de maio de 2025


Você já sentiu um cheiro que entregava o estado civil de alguém? Pois nós da Janaland entramos nessa discussão aromática e trouxemos um mini guia não-oficial (e com zero comprovação científica) sobre os perfumes de solteiro safado versus os perfumes de pai de família. 👃💥

💃 Perfumes de Solteiro (o famoso cheiro de “vem cá, mas não se apega”)

Esses perfumes chegam antes da pessoa, fazem curva na esquina e te deixam com a autoestima abalada por 3 dias. Normalmente, são intensos, sedutores, tem o fator UAU e carregam aquele toque de eu sei que tô cheiroso & cafajeste.

  • Dior Sauvage: O rei absoluto do flerte involuntário. Quem usa sabe que vai render elogio até do segurança do mercado.

  • 212 VIP Men: O cara da balada, do after, do "ai, se se eu te pego".

  • Natura Homem Essence ou Sagaz: Nacional com cheiro de pegação consciente. Aquele boy que paga o Uber e ainda te manda mensagem no dia seguinte.

👨‍👧 Perfumes de Casado (também conhecido como "não quero problema")

Esses perfumes dizem: sou cheiroso, mas comprometido. São elegantes, agradáveis, mas geralmente não causam tumulto em ambientes públicos. Ideal para churrascos de família e reuniões no RH.

👃 E tem os do limbo:

Aqueles perfumes que você não sabe se o boy é casado, solteiro ou só muito cheiroso mesmo. Tipo um Bleu de Chanel, que pode estar num pai de três ou num gato do Tinder — depende do contexto e da intensidade do borrifador.

Conclusão? Estado civil não se lê só no dedo anelar. Mas o perfume… ah, o perfume entrega tudo, meu bem.

Especial Dia das Mães na AmoBeleza: Presentes para todos os bolsos e estilos

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Presentes do Dia das Mães na AmoBeleza: beleza natural, cuidados com os cabelos e hidratante labial para mimar quem você ama
Descubra as melhores opções de presentes do Dia das Mães com foco em beleza natural! Selecionamos hidratantes labiais e kits incríveis da AmoBeleza com preços acessíveis e sofisticados.

Você piscou e o Dia das Mães tá batendo à porta. E se esse ano o presente fosse um autocuidado com selo de beleza natural e carinho de verdade?

Aqui na Janaland, a gente acredita que o melhor presente é aquele que faz sua mãe se sentir vista, cheirosa e bem-cuidada. E com a curadoria poderosa da AmoBeleza, isso fica fácil! Separamos algumas ideias de presente que cabem no bolso e abraçam no coração — e ainda ativam seu lado de filha(o) consciente, porque todos têm aquele toque de cuidados com a beleza e o meio ambiente 🌿💋

💝 Para todos os bolsos:

🧴 Cuidados com os cabelos & beleza natural:

🎁 E pra embalar tudo com amor:

  • Embalagem presenteável da AmoBeleza + cartão personalizado. Quem disse que presente online não tem emoção?


Guia da make linda sem esforço para o primeiro date

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Não importa se é o primeiro date ou o primeiro encontro após semanas de conversaça por vídeo e mensagem: quando o coração bate mais forte, a vontade é de se sentir linda, confiante e com aquele glow natural de quem está vivendo uma cena de cinema romântico. E a make certa pode ser o toque final perfeito pra isso.

Aqui em Janaland, a gente acredita que menos é mais quando o assunto é maquiagem de date. A intenção é realçar o que você tem de mais bonito, sem pesar. E claro: com produtos que você encontra com facilidade (alô, Sephora e Época!) e que entregam resultado.

Vamos ao passo a passo da make effortless & linda? 💋

💕 PELE COM FRESCOR NATURAL


Hidratação iluminada: comece com um hidratante que já traga viço pra pele.

Base leve ou BB Cream: a ideia é uniformizar sem esconder a beleza natural.

Corretivo apenas onde precisa: nada de reboco. Só um toque leve em olheiras ou manchinhas.

Blush cremoso pêssego ou rosado: pra dar aquele ar de "acabei de me apaixonar".

Iluminador sutil: aplique no alto da bochecha e no ossinho do nariz.

👁️ OLHAR COM DOÇURA E PRESENÇA


Sombras suaves: marrom claro ou tom champagne.

Rímel poderoso (mas sem exagero): fórmula que alonga e define.

Sobrancelha penteada: apenas definida com gel.

😘 BOCA VERMELHA NATURAL

Nada mais icônico do que um vermelho com cara de "nasci assim". Você escolhe se quer ele bem pigmentado ou no estilo lip tint.

Batom vermelho (fundo quente):

Dica: Aplique o batom com o dedo para um efeito manchadinho natural. Quer que dure mais? Lápis + batom + beijo no lenço + segunda camada. Trust me.

💇‍♀️ CABELO COM CHARME NATURAL

Solto, com ondas suaves e algum acessório fofo (tipo presilha lateral ou tiara fininha). Finalize com um óleo nas pontas ou spray de brilho.

✨ FINALIZAÇÃO: PERFUME & SORRISO

Não se esqueça do perfume que te representa e do melhor acessório de todos: seu sorriso.

Agora você está pronta. Ou melhor: você já era perfeita. A make só veio pra lembrar o mundo disso. Vai e arrasa, com leveza, paixão e autoconfiança.

Se você usar alguma dessas dicas no seu primeiro encontro (ou reencontro), me conta? Quero sonhar com você.

Com amor, Jana

#Janaland #MakeDoDate #BelezaReal 

10 peças que nós, mulheres, "roubamos" do guarda-roupa masculino e amamos!

sexta-feira, 11 de abril de 2025


A moda é um reflexo da sociedade e de como os tempos mudam. Se antes algumas peças eram exclusivas do vestuário masculino, hoje elas fazem parte do nosso dia a dia de maneira natural e estilosa. Para essa edição dos "10 looks", selecionei itens icônicos que migraram dos armários deles para os nossos – e que nunca mais deixaremos para trás!

                                         Modelo: The Frankie Shop Calça Bea com pregas

1 - Calça

Pode parecer básico, mas nem sempre foi assim! Até o início do século XX, calças eram uma peça exclusivamente masculina. Foi apenas com a revolução da moda feminina, impulsionada por Coco Chanel e por movimentos de emancipação, que elas passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Hoje, existem inúmeras modelagens que se adaptam a todos os estilos e corpos.

2 - Mocassim

Originalmente um sapato masculino de alfaiataria, o mocassim conquistou as fashionistas e se tornou sinônimo de conforto e elegância descomplicada. Hoje, ele aparece com diversas releituras, desde os modelos clássicos até os tratorados e coloridos.



3 - Camisa Social

Clássica, versátil e cheia de possibilidades! A camisa social deixou de ser uma peça séria e engessada para se tornar um curinga do guarda-roupa feminino. Pode ser usada oversized, como vestido, com nó na cintura ou em composições mais despojadas.

4 - Blazer

Quem disse que blazer é só para eles? O blazer feminino ganhou estruturação, cortes modernos e um toque fashionista que dá sofisticação instantânea a qualquer look. Seja em alfaiataria ou com modelagens mais desconstruídas, ele é um must-have.

5 - Jaqueta Jeans

A jaqueta jeans surgiu como uma peça utilitária para trabalhadores e cowboys, mas hoje é um item essencial no guarda-roupa de qualquer um. Funciona bem com vestidos românticos, combinações hi-lo e até sobreposições mais ousadas.

Modelo: Chinti & Parker Suéter La Mer

6 - Suéter

Nada mais estiloso e comfy do que um suéter grandão roubado do armário deles, não é? Seja para um visual preppy ou uma produção mais descontraída, ele se tornou indispensável nas temporadas frias.

7 - Bermuda de Alfaiataria

Se antes a alfaiataria era exclusividade dos ternos masculinos, hoje a bermuda nessa modelagem conquistou seu espaço na moda feminina. Com blazers coordenados ou camisetas básicas, ela é perfeita para looks elegantes e modernos.

8 - Coturno

Os coturnos surgiram no universo militar, mas ganharam um espaço poderoso na moda feminina. Hoje, são sinônimo de atitude e combinam com tudo – de vestidos fluidos a looks all black.

9 - Relógio de Pulso Grande

Nada de modelos delicados! Os relógios robustos, antes exclusivos do guarda-roupa masculino, viraram queridinhos entre as fashionistas. O mix de aço, couro e designs mais imponentes garante personalidade ao visual.

10 - Boné

Acessório super cool e despojado, o boné deixou de ser apenas funcional para se tornar um item fashion indispensável. Ele pode arrematar um look esportivo, criar um contraste com peças mais sofisticadas e trazer aquele toque urbano que amamos.

Se tem algo que a moda nos ensina é que estilo não tem gênero! Essas peças já foram consideradas "masculinas", mas hoje fazem parte do nosso armário sem pedir licença – e ainda bem! Qual delas é a sua favorita?

Chove lá fora e aqui dentro também

segunda-feira, 7 de abril de 2025


⛈ Está chovendo lá fora.

O céu está cinza.

E inevitavelmente… eu penso em você.

É curioso como a ausência de uma mensagem pode fazer tanto barulho.
Como o silêncio grita quando a gente abre o coração, mesmo que com medo.

Hoje, o dia foi longo. O tempo passou devagar.
E, no meio de tanta coisa para fazer,
uma lágrima escorreu sem pedir licença.

Não era drama. Nem saudade.
Talvez fosse só a dor de esperar algo que eu não sei se vem.
Talvez fosse só o coração tentando dizer:
“Não se perde assim quando você mesma se encontrou.”

Tenho tentado me proteger.
Juro que tentei fazer diferente dessa vez.
Mas me entreguei, mesmo com receio.
E agora estou aqui, entre o querer acreditar e o medo de estar sonhando sozinha.

Só queria saber…
Se era real.
Ou se era só bonito demais para durar mais que uma noite.


Talvez eu ainda seja essa menina do interior que sonha com finais felizes.
Ou talvez… só esteja escrevendo o capítulo onde a princesa acorda, lava o rosto, e começa de novo — sozinha, mas nunca mais perdida.




O filme Ainda Estou Aqui e sua contribuição para além do Oscar

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Divulgação

Às vésperas da Cerimônia do Oscar 2025, em que Ainda Estou Aqui recebeu três indicações - melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz -, falar sobre a sétima arte é um impulso irresistível para um amante do cinema. Afinal, o cinema não apenas diverte, mas também educa, emociona e, quando bem conduzido, transforma.

O foco aqui não será a qualidade da direção de Walter Salles, nem as atuações impecáveis de Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello. Fernanda entrega uma performance amplamente aclamada, enquanto Fernandona, em seu silêncio expressivo, golpeia qualquer traço de insensibilidade no espectador. Já Selton não apenas interpreta Rubens Paiva, mas faz com que o vejamos na tela, como se sua presença fosse real. Sua caracterização ganha força nas “presentes ausências” das cenas – na sala, no escritório da casa – onde a ausência se torna, por si só, um personagem.

O cinema brasileiro nos presenteia com esta obra que transcende a tela e ecoa na alma. O impacto de filmes como esse transcende premiações e reconhecimento. Sua maior recompensa reside na capacidade de tocar o público, de gerar reflexão e de reacender a chama da luta pela justiça e pela memória.

Cinema é mais do que entretenimento. Para além das explosões de Hollywood, dos dramas emocionantes e das comédias leves, existe uma intenção que nos desafia, que provoca questionamentos e que amplia nossa visão de mundo. Esse cinema que educa não é aquele que se limita a transmitir uma lição moral ou a explicar conceitos de forma didática. Pelo contrário, é o que nos tira da zona de conforto e nos faz refletir sobre as complexidades da realidade. E isso é fascinante.

Ismail Xavier, um dos principais teóricos da área no Brasil, defende essa perspectiva ao afirmar que o cinema que realmente educa é aquele que nos faz pensar. Não como um instrumento de manipulação ou de transmissão de modelos comportamentais, mas sim como um espaço de experimentação e questionamento que nos leva a reflexões e constatações sobre nós mesmos, enquanto indivíduos e sociedade.

Essa é uma dimensão essencial para compreendermos o impacto de Ainda Estou Aqui pois, para além da sua qualidade artística, resgata a verdade de um período que muitos tentam apagar ou distorcer, abordando a ditadura militar no Brasil, com suas arbitrariedades e brutalidades, sem disfarces ou eufemismos.

Outros filmes também se aventuram por essa seara do cinema que educa e transforma. O Que é Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto, traz um olhar sobre o ativismo político e a repressão. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert, não trata da ditadura, mas revela, com sofisticação, as feridas sociais do Brasil contemporâneo. Internacionalmente, filmes como A Lista de Schindler (1993) e Roma (2018) também ilustram como o cinema pode ser um instrumento de memória, identidade e justiça histórica.

Segundo este viés defendido por Xavier, o filme brasileiro não apenas reflete a realidade, mas também a apresenta sob uma outra ótica, que pode ser traduzida como um verdadeiro convite ao espectador a questionar suas próprias convicções. Genialmente, sob o olhar subjetivo de Eunice Paiva – que para onde olha a realidade da trama se estabelece – uma história particular é transformada em espelho para o passado e o presente do Brasil.

O fato de Ainda Estou Aqui estar no Oscar é significativo, mas não é o mais importante. Com ou sem estatueta, sua maior conquista é a sua existência porque a história contada não se encerra com os créditos finais. Ela pulsará nos corações, alimentando a esperança de que a barbárie jamais se repita.

Enquanto houver arte, a memória resiste; e enquanto a memória resistir, o futuro não será um erro repetido.

Por Fabricio Carvalho, maestro e membro da Academia Mato-Grossense de Letras (Cadeira n.º 23)

Começando mais um projeto que não sei se vou dar conta! Estou no substack!

sábado, 18 de janeiro de 2025



Lá vamos nós de novo! 

Um novo projeto, mais uma - das tantas - redes para administrar! Conheçam minha página no Substack, Vida em fluxo: reflexões sobre Bipolaridade e os altos e baixos de ser adulto.

Lá os textos são mais crus, viscerais, humanos e sem filtros. A dura realidade de um bipolar buscando realizar seus sonhos e ser um 'adulto funcional' - odeio esse termo - fazendo as tarefas básicas do dia-a-dia. 

Convido todos vocês meus leitores a conhecerem esse lado "B" da Jana. 

Bisou, bisou. 


Deu um siricutico no corpo e voltei 25 anos no tempo (TEM PLOT TWIST DUPLO CARPADO)

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Uma notificação de conexão do Linkedin - a rede social dos 'adultos' - bastou para que o coração errasse a batida. 

Fui transportada, não! Fui CATAPULTADA para 25 anos atrás, quando no auge da minha adolescência, aos 16 anos despertavas paixões avassaladoras. Foi o caso dessa pessoa que fez a solicitação de conexão. 

Perdemos contato há muitos anos, na época que eu era casada e achava que para 'honrar' meu marido deveria me afastar de todos os meus amigos homens, especialmente aqueles quais já tive algum tipo de relacionamento. Afff nem fala...

Primeiramente, TROUXA! Segundamente, duplamente trouxa porque o bonito se divertia fazendo músicas, poemas e declarações para qualquer ser humano do sexo feminino. Triplamente trouxa seria mais adequado. Mas voltando ao siricutico. 

Me peguei toda agitada, tal qual uma adolescente apaixonada que checa 1 milhão de vezes o celular - ou a rede social - a espera de alguma resposta, de uma conversa mais profunda para além do 'oi, como vai', 'estou bem graças a Deus' e só isso. 

Passei o dia todo conferindo se haveria uma resposta a minha última mensagem, um pedido de número de WhatsApp para continuarmos a conversa e falarmos da vida, sonhos, amores, paixões, tal qual quando éramos adolescentes. 

Me peguei esquadrinhando as fotos postadas por ele naquela rede, dando zoom para saber se o tempo foi generoso com ele como foi comigo. E foi! Parecia o mesmo, com alguns poucos sinais do tempo. O sorriso e olhar ainda estão lá, são os mesmos.

Acho que me peguei nessa situação porque ele foi a primeira pessoa que me amou verdadeiramente, com entrega e, desconfio, que eu tenha sido seu primeiro amor e primeira grande paixão de sua vida, mesmo não correspondendo. Eu tinha aquela petulância juvenil dos que não sabem nada, mas acham que sabem tudo, sacam? E a história de amor era meio que como aquele poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém."

Ele era apaixonado por mim, eu pelo melhor amigo dele, que por sua vez não amava ninguém (pelo menos não eu, o que dava na mesma hahaha). 

Mas o que me arrebatou foi a lembrança de quão bem ele me travava, como uma princesa merecia e como ele sempre me colocava em primeiro lugar, acho que por isso senti tudo isso em uma conversa de 5 minutos por meio de uma rede social estritamente profissional. 

Agora toda vez que entrar no Linkedin, a fotinha dele estará lá do lado direito me lembrando de como eu gostaria de alongar essa conversa. 

Mas isso tudo é apenas uma divagação e resultado de uma vontade de ser notada, me sentir desejada de novo e ter aquela sensação do que é ser prioridade na vida de uma pessoa. Isso é uma coisa que sinto muita muita falta. 

Não que ainda eu seja a dele ou sequer ele lembre de mim, a vida andou, ele constituiu família e já devo ser uma doce memória de um passado distante. 

Mas para mim foi revigorante e gostosa a sensação de ter 16 novamente, mesmo que por uma tarde...

PLOT TWIST DUPLO CARPADO

Corta para 8 meses depois de ter tido essa experiência e epifania literária - o rascunho era de 31/10/2023 - e hoje, 03 de junho de 2024 pedi um carro de aplicativo pela manhã...

Preciso que você caro leitor, saiba que sou uma pessoa distraída e desatenta - only God knows como isso atrapalha minha vida! - e ao solicitar a corrida pela manhã, nem SEQUER olhei para ver o modelo do carro ou nome do motorista, aliás, nunca olho até 15 segundos antes de embarcar, precisamente no momento em que estou abrindo o portão da garagem, apenas para reconhecer o veículo e não correr o risco de entrar no errado, uma vez que moro perto de uma escola. 

Eis que hoje, decidi não sei porque cargas d'água olhar quem seria a pessoa que levaria até o trabalho e vi o nome e corri o mais rápido que pude com os dedos no aplicativo para localizar a foto! SOCORROOOOOO! MEU PAI AMADO!

Não há emojis de susto nesse mundo suficientes para descrever o que senti na hora! A começar por minha barriga que congelou tal qual uma adolescente no olho do furacão de uma paixão romântica, as pernas bambearam o ar desapareceu e de repente parecia que não sabia mais andar, falar ou pensar. 

O carro estava parado na PORTA DA MINHA CASA! Eu entrei em pânico e tive uma síncope e, como único ato que me pareceu mais óbvio no momento, CANCELEI a corrida!

É isso, fim do dorama, sobem os créditos. hahahaha

Não houve "O" reencontro depois de milhares de anos porque simplesmente ARREGUEI, pois não me sentia segura o suficiente para encarar um amor de juventude. Ainda mais de manhã cedo sem nem saber meu nome direito. 

Isso tem muito a ver com o fato de eu não me sentir uma pessoa bem-sucedida, por estar acima do meu peso uns 30 kgs e mesmo expondo minha cara e corpo na internet para quem quiser ver - meus 24 mil seguidores no Instagram não me deixam mentir - me senti frágil e insegura naquele momento e, somente fui capaz de cancelar a corrida, como um ato de autopreservação, para me proteger de olhares, um eventual julgamento, sei lá. 

Eu acho que de tanto levar porrada da vida, eu me superprotejo para não me machucar mais por eventos externos ou pessoas. Já não basta o julgamento de pessoas que são da "família" e sou obrigada a conviver, então acho que o que eu puder evitar desse tipo de dor, eu irei. That's it! 

PS: a foto é uma dica subliminar de onde conheço a peça ;)