Como se escolher e deixar alguém ir pode ser o maior ato de amor – por si e pelo outro.
Às vezes, a coisa mais difícil que fazemos é soltar.
Não porque o amor acabou.
Mas porque ele já não cabe mais no espaço em que foi criado.
Há silêncios que machucam mais do que palavras duras.
Há distâncias que se instalam mesmo com a presença online.
E há pessoas que a gente ama, mas que não sabem — ou não querem — ficar.
E aí vem aquela escolha que dilacera e salva ao mesmo tempo:
ficar ou se escolher.
Hoje, eu escolhi a mim.
Escolhi parar de esperar por mensagens que não chegam.
De criar diálogos imaginários com quem não responde nem o real.
De amar sozinha, com a esperança de que o outro um dia desperte.
Soltar dói.
Dói como arrancar raiz com a mão.
Mas manter o que não floresce também machuca.
É afogar-se gota por gota esperando uma primavera que não vem.
E deixar ir, veja bem, não é desistir.
É amar com tanta grandeza que se permite a ausência do outro.
É entender que amor que depende de amarras vira prisão.
E que quem ama de verdade não acorrenta — liberta.
Hoje, não há raiva.
Só o reconhecimento de que eu mereço mais do que metades.
Que a minha presença vale mais do que o esforço de ser lembrada.
Que eu não sou feita para implorar por afeto —
mas para ser escolhida com a mesma intensidade com que escolho.
E talvez, quem sabe um dia, esse amor volte.
Ou talvez não.
Mas quando (ou se) voltar, vai encontrar uma mulher inteira.
Com um coração limpo, um projeto de vida caminhando,
e um livro cheio de páginas que ela mesma escreveu.
Hoje eu não te prendo.
Te deixo ir.
E no mesmo gesto, me deixo ficar.
Porque isso também é amor.
E porque, finalmente,
eu entendi que sou o meu lar.
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