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Qual o preço de um sonho? Quantas lágrimas preciso derramar até conseguir conquistar os meus?

quarta-feira, 23 de julho de 2025



Qual o preço de um sonho?

Quantas vezes precisei juntar os cacos do que sobrou de mim,
quando a esperança escorregava pelos dedos como areia molhada
e o mundo parecia rir da minha fé teimosa?

Quantas vezes caminhei no escuro,
com os joelhos ralados e o coração em silêncio,
mas ainda assim, indo.
Ainda assim, sentindo.

Às vezes me pergunto:
qual é o preço de um sonho?
Será medido em noites sem dormir,
em lágrimas escondidas no travesseiro,
em portas fechadas na minha cara
ou em todos os "não" que engoli com a garganta seca?

A verdade é que ninguém te conta
que sonhar é um ato de resistência.
Que acreditar, mesmo depois da queda,
é coragem rara —
daquelas que não se aprende, se nasce.
Ou se forja na dor.

Porque eu sangro, sim.
Mas cada cicatriz minha tem nome, data, aprendizado.
Cada tropeço me ensina a olhar mais fundo,
mais dentro,
mais em mim.

E se doeu? Doeu.
Se desisti? Nunca.
Porque há uma voz que ecoa suave — mas firme — dentro de mim:
“Você nasceu para florescer, mesmo no concreto.”

Então me ergo.
De novo.
Quantas vezes for preciso.
Porque meu sonho não é luxo.
É urgência.
É verdade.
É raiz.

E quem tenta calar essa voz
não sabe que ela arde —
mas também me guia.

Eu sigo.
Com medo, com cansaço,
mas com a certeza de que o impossível é só o começo
daquilo que já mora em mim.

When Two Hearts Sync: The Magic of First Love

segunda-feira, 21 de julho de 2025

A poetic reflection on young love — the secret glances, the hand-holding, and the sweetness of discovering romance for the first time.

Young lovers. Dripping in youth and the kind of chemistry that turns the air electric. They giggle in code, share glances that still carry the softness of childhood, freshly shed. There's something sacred about witnessing a first love bloom.

At 18, love is new. Weightless. Untamed. It doesn't yet know the scars of time. It’s the warm brush of hands that meet for the first time — on the way to school, on a lazy afternoon bench. It’s sparkling eyes that say more than a thousand words, with no need for captions.

They hold hands like they’re holding the entire universe — small, safe, enough. Whispering things no one else can understand, laughing like they invented a secret language — the language of love. The kind that’s just beginning to learn how to give, how to open up, how to lose and find oneself in someone else.

Watching two hearts sync like that — in glances, in quiet touches, in laughter — reminds us that love still exists. That despite the bruises of adulthood, the jaded layers we accumulate, the walls we build to stay safe, love continues to be born somewhere. And sometimes, if we’re lucky, reborn in us.

Because we were all them once. Or maybe, we still dream of being again.

First love is like spring blooming inside us. A season that never fully fades — even when we’re deep in winter. It lives on, tucked somewhere in memory, like a gentle echo of when love was simple, whole, and a single smile was enough to believe it would last forever.

And maybe, in some way, it always does.

O Encanto do primeiro amor: quando dois corações falam na mesma frequência

sábado, 19 de julho de 2025

Uma crônica sobre o amor aos 18 anos, os olhares cúmplices, as mãos dadas e a doçura de viver o primeiro romance — leve, intenso e cheio de promessas.


Jovens enamorados. Feromônios da juventude no ar e uma cumplicidade que quase se pode tocar. Trocam risadinhas carregadas de segredos, olhares doces que ainda guardam vestígios da infância recém deixada. Como é bonito — quase sagrado — testemunhar o primeiro amor florescendo.

Aos 18, tudo parece possível. O amor não tem rugas, não tem pressa, não tem peso. É leve como o toque de mãos que se encontram pela primeira vez no caminho da escola ou no banco de uma praça. É novo, fresco e intenso como o brilho nos olhos que diz tudo sem precisar de legenda.

Eles andam de mãos dadas como quem segura o próprio universo. Pequeno, seguro, suficiente. Sussurram coisas que ninguém entende, mas que provocam risadas cúmplices, como se estivessem em outro idioma — o idioma de quem ama. De quem está descobrindo agora o que é se doar, se permitir, se perder e se encontrar no outro.

Ver dois corações se apaixonando assim — em silêncio, em trocas de olhares, em toques de leve — é um lembrete suave de que o amor ainda existe. Que, apesar dos tombos da vida adulta, dos cinismos que acumulamos, dos muros que erguemos, ele continua ali: nascendo em alguém, renascendo na gente.

Porque todo mundo já foi um pouco eles. Ou ainda sonha em ser de novo.

O primeiro amor é uma primavera dentro da gente. Um florescer que a gente carrega na memória, mesmo quando já estamos no inverno. Uma lembrança doce de quando amar era simples, inteiro e bastava um sorriso para acreditar que seria para sempre.

E talvez, de algum jeito, seja mesmo.

The Love That Lets Go: Choosing Yourself When Staying Means Losing Yourself

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Why letting someone go — even when it hurts — can be the most loving thing you do for them and for yourself.


Sometimes, the hardest thing you’ll ever do is let go.
Not because love has disappeared.
But because it no longer fits the space where it once bloomed.

There are silences louder than any scream.
Distances that grow even in the presence of a reply button.
And people we love — truly love — who just don't stay.

And then comes the choice that breaks and heals in equal measure:
to wait... or to choose yourself.

Today, I chose me.

I chose to stop waiting for messages that don’t come.
To stop creating imaginary conversations with someone who won’t answer the real ones.
To stop loving in solitude, hoping the other will eventually notice.

Letting go hurts.
It hurts like pulling a root out with your bare hands.
But holding on to what no longer blossoms?
That’s slow drowning, breath by breath, waiting for a spring that never arrives.

Letting someone go is not giving up.
It’s loving with such depth that you honor their freedom.
It’s knowing that love wrapped in chains becomes a cage.
True love lets go.

Today, there’s no bitterness.
Only the clarity that I deserve more than fragments.
That my presence is not a footnote —
and I’m done begging to be remembered.
I am not meant to prove I’m worthy of affection.
I am meant to be chosen, fully and freely.

Maybe, one day, this love will return.
Or maybe it won’t.
But if it does,
it will find a woman whole.
A woman building her life, her dreams, her freedom —
one sentence, one chapter at a time.

Today I set you free.
And in doing so, I finally allow myself to stay.

Because that, too,
is love.

And because I finally understand:
I am my own home.


Keywords: letting someone go with love, choosing yourself, emotional self-care, self-worth in relationships, releasing someone you love, silent breakups, love and self-respect, setting boundaries in love, breakup healing, emotional freedom


O amor que liberta: aprender a ir mesmo querendo ficar

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Como se escolher e deixar alguém ir pode ser o maior ato de amor – por si e pelo outro.


Às vezes, a coisa mais difícil que fazemos é soltar.
Não porque o amor acabou.
Mas porque ele já não cabe mais no espaço em que foi criado.

Há silêncios que machucam mais do que palavras duras.
Há distâncias que se instalam mesmo com a presença online.
E há pessoas que a gente ama, mas que não sabem — ou não querem — ficar.

E aí vem aquela escolha que dilacera e salva ao mesmo tempo:
ficar ou se escolher.

Hoje, eu escolhi a mim.

Escolhi parar de esperar por mensagens que não chegam.
De criar diálogos imaginários com quem não responde nem o real.
De amar sozinha, com a esperança de que o outro um dia desperte.

Soltar dói.
Dói como arrancar raiz com a mão.
Mas manter o que não floresce também machuca.
É afogar-se gota por gota esperando uma primavera que não vem.

E deixar ir, veja bem, não é desistir.
É amar com tanta grandeza que se permite a ausência do outro.
É entender que amor que depende de amarras vira prisão.
E que quem ama de verdade não acorrenta — liberta.

Hoje, não há raiva.
Só o reconhecimento de que eu mereço mais do que metades.
Que a minha presença vale mais do que o esforço de ser lembrada.
Que eu não sou feita para implorar por afeto —
mas para ser escolhida com a mesma intensidade com que escolho.

E talvez, quem sabe um dia, esse amor volte.
Ou talvez não.
Mas quando (ou se) voltar, vai encontrar uma mulher inteira.
Com um coração limpo, um projeto de vida caminhando,
e um livro cheio de páginas que ela mesma escreveu.

Hoje eu não te prendo.
Te deixo ir.
E no mesmo gesto, me deixo ficar.

Porque isso também é amor.
E porque, finalmente,
eu entendi que sou o meu lar.


Palavras-chave: amor que liberta, deixar alguém ir, se escolher, amor-próprio, despedida com amor, como superar o silêncio de alguém, como deixar ir alguém que amamos, ciclo emocional, fim de relacionamento sem briga, autocuidado emocional

The Different Types of Envy

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Images: Google


or: how Paris hurt more than a gender reveal

Sunday was an unusual day.
I stepped out of my isolated routine — which basically consists of wine, self-preservation, and solitude — and spent the weekend with my family.

Later, scrolling through Instagram, I saw an old colleague post a sweet little gender reveal video.
Spoiler: pink smoke.

I remembered when he first started falling for that church girl.
He used to say she was too special for him, that maybe he wasn’t enough.
Spoiler two: he got brave, asked her out, she said yes.
They married, as the script goes: courthouse, church, gathered family, the red carpet of traditional life.
Now, the natural evolution of the species: parenthood.

I truly thought it was beautiful.
But — there’s always a but.

What really cut me was seeing, in a fleeting Sunday story, a dear friend walking through the streets of Paris.
The trip we once dreamed of doing together.
Today, she went with someone else.
Another friend who maybe has more money, more time, more... presence.
A substitute. Maybe even an upgrade.

It hurt. But it was a different kind of pain.

Earlier, at the family gathering, the talk turned to kids. And I knew, with certainty: this topic doesn’t stir anything in me. No spark, no longing.
I’ve never pictured myself pregnant, doing a photo shoot holding a baby shoe, sepia filter, biblical caption.

It’s not judgment. It’s just absence.

What sets my heart racing is the airport.
Maps.
Stamps in my passport.
French wine with a name I can’t pronounce.
It’s writing from a café in Montmartre, overlooking the life I’ve always dreamed of.

And that’s when I understood:
there are different kinds of envy.
The kind that stings from the absence of something I never wanted…
And the kind that bleeds from everything I haven’t lived yet —
but know belongs to me.

Os diferentes tipos de inveja

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Imagem: Google

ou: como me doeu Paris mais que um chá revelação

Hoje foi um dia atípico. Saí da minha rotina isolada — composta basicamente por álcool, autopreservação e solitude — e fui passar o final de semana em família.

Mais tarde, scrollando pelo Instagram, vi um ex-colega de trabalho postar um vídeo fofo de chá revelação. Spoiler: fumaça rosa.

Lembrei de quando ele começou a se encantar por essa moça da igreja. Ele dizia que ela era especial demais, que talvez ele não estivesse à altura. Spoiler dois: ele criou coragem, pediu em namoro, ela aceitou. Casaram depois, como manda o script: civil, igreja, família reunida, tapete vermelho da vida tradicional. Agora, a evolução natural da espécie: a paternidade.

Achei lindo, de verdade. Mas — sempre tem um mas.

O que realmente me atravessou foi ver, num story perdido de domingo, uma amiga muito querida passeando pelas ruas de Paris. Aquela viagem que sonhamos fazer juntas.
Hoje, ela foi com outra.
Outra amiga que talvez tenha mais condições, proximidade, mais tempo, mais... presença. Uma substituta à altura. Ou até melhor.

Doeu. Mas foi outro tipo de dor.

Mais cedo, na roda de conversa da família, falamos sobre filhos. E eu tive certeza: esse tópico não move nada em mim. Não há faísca, nem desejo. Nunca me imaginei grávida fazendo ensaio de barrigão segurando sapatinho, com filtro sépia e legenda bíblica.

Não é julgamento. É ausência.

O que faz meu coração disparar é aeroporto. É mapa. É passaporte carimbado. É vinho francês com nome que não sei pronunciar.
É escrever em um café em Montmartre, com vista para a vida que sempre sonhei.

E foi aí que entendi:
há diferentes tipos de inveja.
Aquela que dói pela ausência de algo que nunca desejei…
E aquela que sangra por tudo que ainda não vivi — mas sei que me pertence.


Disney, não — galinhas no porta-malas: quando aprendi o peso do dinheiro

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Os 15 anos que imaginei que poderia ter versus os 15 anos que eu tive 

Como descobri o peso do dinheiro ainda criança — e aprendi que nem todo sonho cabe no orçamento e que a Disney não era para mim.

A primeira coisa que me vem à mente, minha mais antiga memória com dinheiro é do meu pai com um bolo de dinheiro nas mãos e a gente correr para o mercado gastar porque no dia seguinte ele já não valeria mais a mesma coisa. Estávamos nos anos 80, no plano Collor que congelou e sequestrou a poupança de milhares de pessoas no Brasil. A inflação estava fora de controle e os preços eram reajustados diariamente. Por isso o bolo de dinheiro – que não valia muito e valeria menos no dia seguinte – e a corrida desenfreada para garantir os itens de consumo básico antes que aumentassem de preço.

A segunda lembrança que tenho e foi nesse momento que entendi a diferença de classes sociais e que eu fazia parte da classe pobre. No ensino médio eu passei em um processo seletivo para estudar em uma escola de ponta, federal, gratuita. Acontece que nela, a antiga Escola Técnica Federal, hoje Cefet, diferente da minha escola de bairro que estudei a vida toda e tinha em sua grande maioria pessoas da mesma classe social que eu, na ETF havia jovens de todas as classes sociais, pois era uma escola muito requisitada e de prestígio.

Aos 14 anos fiz amizade com uma menina que não me lembro o nome, mas que claramente vinha de uma família com recursos financeiros. Tinha Tamagoshi assim que lançou, os melhores cadernos, estojos e mochila descolados. A minha? Uma horrível, gigante, azul marinho com vermelha que certamente duraria todo meu ensino médio – spoiler: durou.

Essa minha amiga iria ganhar de presente de 15 anos uma viagem à Disney, e como eu também ia fazer 15 anos naquele ano, ela me convidou a me juntar a ela nessa excursão por meio de uma agência de viagens.

Inocente, fui falar com meus pais meus pais que queria esse presente de 15 anos, se hoje eu rio da situação absurda que coloquei meus pais por não ter noção da nossa realidade financeira, na época eu achei que simplesmente era possível um vendedor de espetinho que mal tirava R$ 30 por dia livres e uma secretária escolar bancar uma viagem dessas.

Meu pai, meio desconexo da realidade que nem eu – tenho quase certeza de que ele é bipolar também – coitado ainda foi na agência para ver o valor de quanto sairia esse presente para sua filha primogênita.

Esse mesmo pai que trocou nosso animal de estimação, uma pastora alemã de 5 anos por um porta-malas cheio de galinhas, que vendeu nossa casa no interior por apenas R$ 3.000,00 e, ainda parcelado, foi a uma agência de viagens perguntar o valor de um pacote para Disney.

Não me lembro se eu fui, tenho umas lembranças de ter entrado em uma agência de viagens gigante em Cuiabá, mas pode ter sido de outro momento. Mas acho que fui com ele.

E então, descobrimos finalmente o valor do pacote: R$ 15.000,00 que vejam bem, poderia ser divido em parcelas de R$ 4.500,00 (não lembro quantas). A memória pode estar um pouco nublada, talvez fosse uma entrada alta e o resto em parcelas menores, mas o que descobri naquele dia: isso nunca seria para mim. Não ao menos naquela realidade financeira e classe social que eu existia. Quinze mil reais em 1996 para uma família de 5 pessoas que sobrevivia com o salário de secretária da minha mãe e dos trocados que sobravam da venda de espetinho pelo meu pai. Totalmente fora da nossa realidade! Um sonho praticamente impossível de ser realizado.

Naquele momento eu tive meu grande primeiro choque de realidade. Não culpei meus pais por não serem capazes de me dar esse presente de aniversário de 15 anos, eu entendi que o que eu sonhava estava muito distante da nossa realidade financeira, que mal poderia pagar um bolinho na nossa casa mesmo, cujas paredes sequer tinham tinta, eram apenas cinzas do reboco de cimento.

Hoje, olho para aquela adolescente com ternura. Não fui à Disney, mas viajei por caminhos que ela nem ousava sonhar. Ainda luto todos os dias para romper os muros invisíveis da classe, da origem, da falta. Mas aprendi a transformar ausência em impulso, e frustração em força. Talvez, só talvez, meu passaporte carimbado ainda venha, não como presente, mas como conquista.

Quando o frio soprou pela primeira vez Cuiabá: o inverno que mora em mim

quarta-feira, 28 de maio de 2025

 


Vinte e oito de maio de dois mil e vinte e cinto. O primeiro vento frio chegou a Cuiabá, essa cidade que me abriga desde os nove anos, mas cujo calor escaldante nunca me conquistou. Talvez porque vivamos ao lado do Portão do Inferno. Literalmente.

O céu está cinza e, para mim, isso é belo.

Lá fora, chove. Mas não é uma chuva com ventos, trovoadas, dessas que derrubam árvores ou fazem a energia cair. É uma chuva vertical, reta, contínua, quase uma prece que cai do céu ao chão. Uma cascata delicada que produz o mais delicioso dos sons: o barulhinho de chuva.

O clima pede coberta, vinho, aconchego e até afago. Mas para mim, ele desperta: energia, produtividade, criatividade.

Engraçado que não me lembro de muitos dias específicos da minha infância, mas desse dia eu me lembro com uma clareza tal, como se tivesse ocorrido ontem.

Eu devia ter uns sete, oito anos.

Estava com um vestido vermelho de crochê e uma pochete azul — sim, porque eu era uma fashionista trendsetter desde sempre! Estávamos na parte da frente da casa: eu, meus irmãos, a babá… e um boi. Ou uma vaca. Ou talvez um bezerro — nunca soube ao certo.

Eu me lembro do sol cálido tentando romper as nuvens com uma luz clara, branca. Nada daquele amarelo costumeiro. Essa luz criava pequenos pontos de calor no quintal em muretas, pedras, meu colo. Eu me sentava nesses feixes, procurando abrigo do frio.

Um vento gélido e cortante que era possível sentir na espinha de tão frio que estava aquele dia.

Lembro das pedras de rio, daquelas roliças, que meus pais colocaram em frente de casa, perto da roseira que ficava em um grande vaso de concreto, porque como a luz estava diferente, elas estavam com um brilho especial, iluminadas, mas sem arder os olhos.

Hoje, o que mais se assemelha àquela luz é a lâmpada fria - branca, quase azulada- mas, naquela época, 35 anos atrás, ela vinha direto da natureza.

Ou talvez de Deus.

Acho que foi ali que nasceu o meu amor pelo frio. Ou se não nasceu, foi quando ele se revelou.

Toda vez que o vento gélido volta a soprar por aqui, minha alma começa a se aquecer.

E a felicidade brota, simples, como o barulho de chuva numa manhã cinza.

Bem-vindo, inverno.

Pode entrar.

 

🧨 As 13 Red Flags mais ignoradas por mulheres intensas e apaixonadas

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Imagem: Getty Images

(e que a gente só percebe quando já tá chorando ouvindo Adele no banho)

Ah, o começo do amor…
Borboletas no estômago, mensagens com bom dia e boa noite, playlist compartilhada, papos profundos sobre filmes, mães…
Sim. Mães.

A paixão tem um filtro rosa que apaga os alarmes, mas eu — sobrevivente de embustes emocionais, em recuperação eterna — vim te contar as 13 red flags mais ignoradas por nós, mulheres intensas, que amamos com força e esquecemos de desconfiar com calma.

E sim, muitas dessas vêm da minha própria história. 💔


Vamos nessa?

1. Proximidade estranha (e às vezes sufocante) com a mãe

Ele te chama de “amor” no segundo dia, mas ainda mora com a mãe… e conta TUDO pra ela.
Pior: compartilha problemas íntimos, recebe dela conselhos sobre você.
Se não for terapia, é dependência emocional disfarçada de laço familiar. 

2. “Você é diferente das outras” (dito cedo demais)

Parece elogio, mas não é. É uma tática sutil de colocar você num pedestal instável — onde a queda será só sua. 

3. Diz que está “emocionalmente indisponível”, mas segue te mandando mensagens todos os dias

Tradução: quer tudo o que um relacionamento oferece, sem o compromisso de te dar nada de volta.
(Ah, brit…) 

4. Ex que “era louca” (mas ele ainda fala dela com frequência)

Se TODAS as ex dele são instáveis, desequilibradas e ele é sempre a vítima…
⚠️ ALERTA DE GASLIGHTING ⚠️
(E olha que eu já fui a ex “intensa” de um terapeuta. Ele? Nunca errou. Pois sim.)

5. Diz que você é “demais” (mas como um defeito)

Você ama, sonha, se entrega, sente.
Ele diz que você é “muito intensa”, “muito sensível”, “muito mulher”...
Muita coisa pra quem é pouco, né?

6. Sumiços inexplicáveis seguidos de declarações dramáticas

Nada de “como foi seu dia?” por uma semana.
Aí do nada: “você é a mulher da minha vida.”
Essa montanha-russa se chama manipulação emocional.

7. “Somos só amigos” (com uma ex que ele ainda encontra com frequência)

A frase que vem antes da queda.
O coração já sabe. A intuição grita. Mas a gente romantiza.

8. Nunca assume erro. Nunca pede desculpas. Nunca se responsabiliza.

E você?
Acaba sempre achando que exagerou.

9. Elogia seu corpo, mas nunca sua mente

Te deseja, mas não te admira.
Te beija, mas não te escuta.
Te elogia com os olhos, mas não com o coração.

10. “Queria muito te ver, mas minha vida tá um caos”

Spoiler: a vida dele vai continuar um caos enquanto você estiver disponível demais.
A ausência de tempo nunca impediu a presença de interesse.

11. Muita poesia, pouca ação

Manda versos, cita Shakespeare, escreve como um Lorde…
Mas quando você precisa, some feito fumaça.
Se o amor só existe na palavra, não é amor. É roteiro de fanfic ruim.

12. Planeja o futuro, mas não marca nem o date da sexta

“Imagina a gente em Paris?”
(Amor, a gente nem foi no café do bairro ainda.)

13. Você se sente sempre um pouquinho menor quando está com ele

E esse é o maior sinal de todos.
O amor real não te diminui. Ele te amplia.

💔 Conselho final da Jana:
Se você precisa de intuição, lupa, investigação e fé para entender o que ele sente — então, ele não sente.

Quem quer, mostra. Quem ama, cuida.
E quem some, você deixa ir.
Porque a mulher que você é merece amor inteiro. Não esmola emocional.

E você? Ignorou qual red flag achando que era decoração de Natal?
Me conta nos comentários ou manda anonimamente para nosso próximo post.
Juntas, vamos deixar esses boys sem roteiro.
E ainda ganhar um prêmio literário no caminho.

Quando o espelho quebra. Aprendi da pior forma o que era mirroring!

quarta-feira, 21 de maio de 2025


O dia em que percebi que não era amor — era apenas reflexo.

Durante semanas, achei que tivesse encontrado algo raro. Daqueles encontros que a gente só vê em filmes ou lê em livros antigos. Um homem de fala mansa, olhar gentil, que me enviava poesias no meio da noite, que citava Shakespeare com a mesma naturalidade com que dizia “good morning”.

Ele parecia me enxergar por inteiro.

E como uma boa poeta que sou, me vi ali, completamente entregue à possibilidade de ser amada na mesma intensidade com que amo. Passei a acreditar que aquele homem — culto, sensível, estrangeiro, quase saído de uma livraria londrina — era a peça que faltava nesse quebra-cabeça que é o amor pra mim.

A ilusão do espelho

Mas aí me deparei com um vídeo que foi como uma lâmina cortando devagar.
Nele, uma especialista dizia: "Mulheres intensas, alto astral, criativas, geralmente caem na mão de narcisistas emocionais. Eles não se mostram de cara. Eles te observam, estudam e replicam seu comportamento. E por isso você acha que encontrou sua alma gêmea. Mas não é. É só um espelho."

Aquilo me paralisou.

De repente, todas aquelas conversas profundas, as poesias trocadas, as promessas sussurradas com sotaque britânico, começaram a fazer outro sentido. Talvez ele nunca tenha me enxergado de verdade — apenas devolvia minha própria luz em reflexo.

Espelhamento (mirroring), no contexto do abuso narcisista, refere-se ao ato de imitar ou refletir os pensamentos, sentimentos e comportamentos da vítima. Envolve o narcisista estudando os gostos, desgostos, preferências e valores da vítima e, em seguida, adotando essas mesmas características.

Era poesia… mas só de um lado

O que mais me doeu foi perceber que a poesia que tanto nos uniu — ele me mandava versos, lia poemas pra mim, dizia que se emocionava com minhas palavras — talvez fosse apenas mais uma tática para me manter encantada.

E como boa poeta, fui caindo.
Caindo nas entrelinhas, nos detalhes, nas metáforas que pareciam sinais de conexão genuína.

Mas poesia, quando é verdadeira, constrói. Ela toca, mas nunca fere.
E o que vivemos, embora parecesse lírico, terminou com silêncio, indiferença e promessas quebradas.

Quando não é amor, é lição

Hoje entendo que ele não me amava. Talvez tenha amado a ideia de ser amado por mim — e isso é bem diferente.

E eu? Eu amei com verdade. Como sempre.
Mas dessa vez, não me culpo por isso.

Eu amei porque sou feita de palavras.
Amei porque acredito no amor — ainda que ele, tantas vezes, venha disfarçado de poesia.

Mas agora eu sei: amor de verdade não confunde, não esconde, não manipula.
Amor de verdade não reflete — revela.

Love Bombing: When Love Arrives Like an Avalanche (But Doesn’t Stay)

sexta-feira, 16 de maio de 2025

By Janaína Arruda – Janaland

It was too much love in too little time.
Eyes that felt eternal through a screen, sweet words spoken with a foreign accent, promises of a future where only the two of us existed.
Me, as intense as I am, melted — and he knew it.
That’s when I learned: there’s a big difference between intense love and real love.

What I lived with Paul — and only now can I name it — has a name: love bombing.
And no, it’s not love.
It’s manipulation wrapped in romance.

What is love bombing?

Love bombing is an emotional tactic where someone overwhelms you with intense displays of affection, over-the-top compliments, big promises and declarations of eternal love — all in a very short time.
It feels like a fairy tale, but it’s a trap.
The goal isn’t love. It’s control. Dependency.
To make you believe you’ve found “the one” — and just when you surrender, they begin to pull away, disappear, grow distant.
And there you are, stuck between what was promised and the silence that followed.

How to recognize it?

  • Everything is too much, too fast

  • He calls you “the love of his life” before he even knows your favorite meal

  • There are lots of promises, but very little consistency

  • Slowly, communication changes: you start feeling ignored, anxious, insecure

  • You begin to blame yourself for feeling too much

  • He says “you’re too intense” — but isn’t there when you need him

What can you do?

  • Trust the signs: absence says more than a thousand words

  • Come back to yourself: someone who truly loves you won’t just disappear

  • Don’t blame yourself for believing: the problem was never loving too much — it was him not loving enough

  • Don’t accept less than what you offer.
    You weren’t born to be anyone’s half.
    You weren’t meant to beg for crumbs from someone who swore they’d love you.

Today, I look at all of this with more love for myself.
And if you’ve ever been through something like this — or are going through it right now — know this:
You deserve a love that stays.
That doesn’t fade into silence.
That fights to stay.

And until that love comes, may your own love for yourself be the most beautiful one of all.

A dificuldade de lidar com a dor da rejeição e ver alguém partindo

quarta-feira, 14 de maio de 2025


Tem uma dor que não cicatriza direito. Uma ferida que fecha por fora, mas sangra por dentro.
É a dor de ser deixada.

De ver alguém atravessando o portão e indo embora sem olhar pra trás.
Já senti isso uma vez. Achei que tinha sobrevivido. Achei que tinha aprendido. Mas aqui estou eu de novo, perguntando pra mim mesma o que é que eu tenho de errado.

Aconteceu de novo, 
Ele chegou como uma brisa leve, um filme britânico indie daqueles que a gente assiste numa madrugada insone achando que a vida é poesia, que tudo é possível, que basta amar.
Ele era sorriso, era cuidado, era desejo — e eu quis acreditar. Me entreguei. Dei o melhor de mim. Abri as portas, os medos, os traumas. Mostrei quem eu era sem maquiagem, sem filtro, sem armadura.
E, mais uma vez, não foi o suficiente.

Ele partiu. Não com gritos. Não com drama. Mas com aquele silêncio cruel de quem simplesmente... não fica.
É esse o tipo de rejeição que mais me dilacera. A que não tem explicação, nem fechamento, nem aviso prévio.
Ele foi embora e eu fiquei aqui, sentada nos escombros de mais uma esperança quebrada, tentando entender por que toda vez que eu amo, o outro vai embora.

Será que sou demais? Ou de menos?
Será que assusto? Será que canso? Será que o problema é essa minha mania de sentir tudo com intensidade, como se amar fosse um ato de sobrevivência?

Eu sei que sou intensa.
Sei que entrego tudo.
Mas também sei o quanto é cruel viver nesse ciclo de ser abandonada, como se meu coração fosse um Airbnb de passagem — confortável o bastante pra um fim de semana, mas nunca pra construir uma casa.

E o pior da rejeição nem é o outro ir embora.
É o que ela acende dentro da gente.
A voz que diz: “Tá vendo? Você não é amável o suficiente. Nem desejável. Nem digna.”
Eu tento calar essa voz, juro. Mas às vezes ela grita mais alto que minha razão.

Hoje, eu não tenho final feliz pra oferecer nesse texto.
Não tem superação.
Não tem aprendizado embrulhado pra presente.
Hoje só tem lágrima. Tem peito aberto. Tem dor.

E tem a promessa silenciosa que faço a mim mesma: de continuar.
De chorar tudo o que for preciso.
De acolher a mulher ferida que mora em mim.
De, quem sabe, um dia, aprender a amar sem medo de ser deixada.

Mas hoje não.
Hoje eu só quero gritar pra quem quiser ouvir: dói pra caralho ser rejeitada.
Dói ver alguém que você ama virar as costas.
Dói sentir que, de novo, você ficou.

E se você já sentiu isso, eu te abraço daqui.

Na verdade, acho que a gente se abraça — todas nós, mulheres que já amamos alguém que não ficou.
A gente se encontra nesse lugar de dor, de esperança que insiste, de amor que ainda pulsa mesmo machucado.

Um dia passa.
Mas hoje, não.

Love bombing: quando o amor chega como avalanche (mas não fica)

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Por Janaína Arruda – Janaland

Era amor demais para pouco tempo. Olhares que pareciam eternos através da tela, palavras doces ditas com sotaque estrangeiro, promessas de um futuro onde só existíamos nós dois. Eu, intensa como sou, me derreti — e ele sabia disso. Foi aí que aprendi: existe uma diferença enorme entre amor intenso e amor verdadeiro.

O que vivi com the brit — e só hoje consigo nomear — tem um nome: love bombing.
E não, não é amor. É manipulação disfarçada de romance.

O que é love bombing?

Love bombing é uma tática emocional onde alguém te envolve rapidamente com demonstrações intensas de afeto, elogios exagerados, promessas grandiosas e juras de amor eterno, tudo em pouquíssimo tempo. Parece conto de fadas, mas é armadilha.

A intenção não é amar, é te prender. Criar dependência. Te fazer acreditar que você encontrou o amor da sua vida — e quando você finalmente se entrega, a pessoa começa a sumir, esfriar, se ausentar. E você fica ali, perdida entre o que foi prometido e o silêncio que ficou.

Como identificar?

  • Tudo é muito intenso, muito rápido

  • Ele te chama de “amor da vida” antes mesmo de saber seu prato preferido

  • Há muitas promessas, mas poucas ações consistentes

  • Aos poucos, a comunicação muda: você passa a se sentir ignorada, insegura, ansiosa

  • Você começa a se culpar por sentir demais

  • Ele diz “você é demais” — mas não está lá quando você precisa

O que fazer?

  • Confie nos sinais: a ausência diz mais do que mil palavras.

  • Resgate seu centro: quem ama de verdade não desaparece.

  • Não se culpe por ter acreditado: o problema nunca foi amar demais. O problema foi ele não amar o suficiente.

  • Não aceite menos do que você oferece. Você não nasceu para ser metade de nada, nem para viver mendigando migalhas de atenção de quem dizia te amar.

Hoje eu olho para tudo isso com mais amor por mim mesma. E se você também já viveu algo assim — ou está vivendo — saiba: você merece um amor que permaneça. Que não suma no silêncio. Que lute para ficar.

E até esse amor chegar, que o seu próprio amor seja o mais bonito de todos.

Chove lá fora e aqui dentro também

segunda-feira, 7 de abril de 2025


⛈ Está chovendo lá fora.

O céu está cinza.

E inevitavelmente… eu penso em você.

É curioso como a ausência de uma mensagem pode fazer tanto barulho.
Como o silêncio grita quando a gente abre o coração, mesmo que com medo.

Hoje, o dia foi longo. O tempo passou devagar.
E, no meio de tanta coisa para fazer,
uma lágrima escorreu sem pedir licença.

Não era drama. Nem saudade.
Talvez fosse só a dor de esperar algo que eu não sei se vem.
Talvez fosse só o coração tentando dizer:
“Não se perde assim quando você mesma se encontrou.”

Tenho tentado me proteger.
Juro que tentei fazer diferente dessa vez.
Mas me entreguei, mesmo com receio.
E agora estou aqui, entre o querer acreditar e o medo de estar sonhando sozinha.

Só queria saber…
Se era real.
Ou se era só bonito demais para durar mais que uma noite.


Talvez eu ainda seja essa menina do interior que sonha com finais felizes.
Ou talvez… só esteja escrevendo o capítulo onde a princesa acorda, lava o rosto, e começa de novo — sozinha, mas nunca mais perdida.




Começando mais um projeto que não sei se vou dar conta! Estou no substack!

sábado, 18 de janeiro de 2025



Lá vamos nós de novo! 

Um novo projeto, mais uma - das tantas - redes para administrar! Conheçam minha página no Substack, Vida em fluxo: reflexões sobre Bipolaridade e os altos e baixos de ser adulto.

Lá os textos são mais crus, viscerais, humanos e sem filtros. A dura realidade de um bipolar buscando realizar seus sonhos e ser um 'adulto funcional' - odeio esse termo - fazendo as tarefas básicas do dia-a-dia. 

Convido todos vocês meus leitores a conhecerem esse lado "B" da Jana. 

Bisou, bisou. 


HOW THE GRINCH (NO CASO EU) STOLE DE CHRISTMAS - UM CONTO DE NATAL

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

 

Disclaimer:

Decidi aproveitar o dia de Natal (estamos em 2024) para trazer a luz esse conto de Natal escrito láaaa em 2018, mas que nunca tive coragem de expor, pois me causava muita dor. Acho que roupa suja se lava em casa, mas - hoje - acredito que temos de dar voz às vitimas de comportamentos abusivos e narcisistas, como eu e muitas outras mundo afora. A errada não sou eu, mas sendo o elo mais fraco, eu que tenho desejos de atentar contra a minha vida. O buraco será bem mais embaixo que a chave que não entrou, mas foquemos no ocorrido. 

Isto, posto, deleitem-se. 

A chave não rodou. 

A porta não se abriu. 

Ninguém entrou em casa. 

Um chaveiro foi necessário. Levando todos os últimos cents destinados ao Natal (na verdade 100 pilas). 

Assim, alguém tinha de ser culpabilizado. 

Veja bem, nesta casa, especificamente, nada ocorre por acaso, por que tinha de acontecer ou pela maldita Lei de Murphy (ou Teoria do Caos, para os mais sabidos). Não senhores! É sempre culpa de alguém e no caso, sempre eu. Porque não ouvi (porra, desculpa ligar o foda-se depois de ouvir um milhão de vezes a mesma merda repetida como um disco riscado), ou não obedeci, afinal tem a sapiência da experiência da vida #SQN (vem não que ainda tenho traumas de você caída no banheiro pelada ou chorando que tava com depressão quando devia cuidar dos filhos), ou sair um milímetro do caralho da coleira (mas pohãn, precisava respirar!, Mas nem isso sou permitida). 

Por não repetir seus gestos e atos justamente por evitar a todo custo ser como você (meu maior desespero), e como sou acompanhada de uma nuvem cinza, a merda sempre me acompanha. Devia ter ficado em casa, penso agora, essa coisa de sociabilizar não é para mim e a vida faz questão de deixar beeeem claro! 

Eu tenho a incrível capacidade de me meter em merdas que nem eu acredito (e olha que tô bem calejada de merdas! De já ter ajudado a escolher caixão antes, ou ainda, até em tiroteio estive esse ano!). Enfim, se Natal já não existia mais para mim, agora matei para todo mundo. Porque né, não basta se desgraçar, tem que levar todo mundo ladeira abaixo.

Quando a porta não abria, só pensava, Deus por favor me leva agora! 

Por que não fiz a porra da PAX? 

Por que não fiz a merda do seguro?

Isto posto, SINTO QUE ALGO MUITO RUIM VAI ACONTECER... 

Não sei se chego ao novo ano. Oremos. Mas a pressão da vida vai ser foda nesses últimos dias de 2018. Oremos. A pena de Maat está pesada pro meu lado (não sei o que ocorre se a pena for mais pesada...). Anúbis me espera e certamente me manda pro hell! 

S-E-M  E-S-C-A-L-A.

Já tô tão acostumada que nem mais questiono. Mas nessas horas pergunto, Deus, não fui boa o suficiente? Não ajudei o bastante para garantir alguma coisa boa? Faltou generosidade? Consideração? Porque sim, não é nato. Calculo a porra dos tijolinhos por bondades porque se depender de sentimentos de generosidade e amor ao próprio, nem perco meu tempo. Porque não existem, só para deixar claro para a geração “inclusão digital”.

Agora se for medir pelos pensamentos, aí sei que tô fudida mesmo! Sem nem julgamento! E só posso aceitar, porque realmente são os piores! 

Anyway, não sei como terminar esse texto que nem para a faculdade dou conta de escrever tanto assim, mas espero que dê tudo certo no final, pois como dizia um ex-chefe meu, se não deu certo ainda é porque não chegou ao final. Sábio homem.

Mas, se nada der certo, nos vemos no hell, quem for para lá obviamente. E espero que não seja você que perdeu 5 minutos da sua vida lendo esse texto que em teoria não seria publicado, mas o que é mais uma merda no mundo né não?

 

 


Deu um siricutico no corpo e voltei 25 anos no tempo (TEM PLOT TWIST DUPLO CARPADO)

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Uma notificação de conexão do Linkedin - a rede social dos 'adultos' - bastou para que o coração errasse a batida. 

Fui transportada, não! Fui CATAPULTADA para 25 anos atrás, quando no auge da minha adolescência, aos 16 anos despertavas paixões avassaladoras. Foi o caso dessa pessoa que fez a solicitação de conexão. 

Perdemos contato há muitos anos, na época que eu era casada e achava que para 'honrar' meu marido deveria me afastar de todos os meus amigos homens, especialmente aqueles quais já tive algum tipo de relacionamento. Afff nem fala...

Primeiramente, TROUXA! Segundamente, duplamente trouxa porque o bonito se divertia fazendo músicas, poemas e declarações para qualquer ser humano do sexo feminino. Triplamente trouxa seria mais adequado. Mas voltando ao siricutico. 

Me peguei toda agitada, tal qual uma adolescente apaixonada que checa 1 milhão de vezes o celular - ou a rede social - a espera de alguma resposta, de uma conversa mais profunda para além do 'oi, como vai', 'estou bem graças a Deus' e só isso. 

Passei o dia todo conferindo se haveria uma resposta a minha última mensagem, um pedido de número de WhatsApp para continuarmos a conversa e falarmos da vida, sonhos, amores, paixões, tal qual quando éramos adolescentes. 

Me peguei esquadrinhando as fotos postadas por ele naquela rede, dando zoom para saber se o tempo foi generoso com ele como foi comigo. E foi! Parecia o mesmo, com alguns poucos sinais do tempo. O sorriso e olhar ainda estão lá, são os mesmos.

Acho que me peguei nessa situação porque ele foi a primeira pessoa que me amou verdadeiramente, com entrega e, desconfio, que eu tenha sido seu primeiro amor e primeira grande paixão de sua vida, mesmo não correspondendo. Eu tinha aquela petulância juvenil dos que não sabem nada, mas acham que sabem tudo, sacam? E a história de amor era meio que como aquele poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém."

Ele era apaixonado por mim, eu pelo melhor amigo dele, que por sua vez não amava ninguém (pelo menos não eu, o que dava na mesma hahaha). 

Mas o que me arrebatou foi a lembrança de quão bem ele me travava, como uma princesa merecia e como ele sempre me colocava em primeiro lugar, acho que por isso senti tudo isso em uma conversa de 5 minutos por meio de uma rede social estritamente profissional. 

Agora toda vez que entrar no Linkedin, a fotinha dele estará lá do lado direito me lembrando de como eu gostaria de alongar essa conversa. 

Mas isso tudo é apenas uma divagação e resultado de uma vontade de ser notada, me sentir desejada de novo e ter aquela sensação do que é ser prioridade na vida de uma pessoa. Isso é uma coisa que sinto muita muita falta. 

Não que ainda eu seja a dele ou sequer ele lembre de mim, a vida andou, ele constituiu família e já devo ser uma doce memória de um passado distante. 

Mas para mim foi revigorante e gostosa a sensação de ter 16 novamente, mesmo que por uma tarde...

PLOT TWIST DUPLO CARPADO

Corta para 8 meses depois de ter tido essa experiência e epifania literária - o rascunho era de 31/10/2023 - e hoje, 03 de junho de 2024 pedi um carro de aplicativo pela manhã...

Preciso que você caro leitor, saiba que sou uma pessoa distraída e desatenta - only God knows como isso atrapalha minha vida! - e ao solicitar a corrida pela manhã, nem SEQUER olhei para ver o modelo do carro ou nome do motorista, aliás, nunca olho até 15 segundos antes de embarcar, precisamente no momento em que estou abrindo o portão da garagem, apenas para reconhecer o veículo e não correr o risco de entrar no errado, uma vez que moro perto de uma escola. 

Eis que hoje, decidi não sei porque cargas d'água olhar quem seria a pessoa que levaria até o trabalho e vi o nome e corri o mais rápido que pude com os dedos no aplicativo para localizar a foto! SOCORROOOOOO! MEU PAI AMADO!

Não há emojis de susto nesse mundo suficientes para descrever o que senti na hora! A começar por minha barriga que congelou tal qual uma adolescente no olho do furacão de uma paixão romântica, as pernas bambearam o ar desapareceu e de repente parecia que não sabia mais andar, falar ou pensar. 

O carro estava parado na PORTA DA MINHA CASA! Eu entrei em pânico e tive uma síncope e, como único ato que me pareceu mais óbvio no momento, CANCELEI a corrida!

É isso, fim do dorama, sobem os créditos. hahahaha

Não houve "O" reencontro depois de milhares de anos porque simplesmente ARREGUEI, pois não me sentia segura o suficiente para encarar um amor de juventude. Ainda mais de manhã cedo sem nem saber meu nome direito. 

Isso tem muito a ver com o fato de eu não me sentir uma pessoa bem-sucedida, por estar acima do meu peso uns 30 kgs e mesmo expondo minha cara e corpo na internet para quem quiser ver - meus 24 mil seguidores no Instagram não me deixam mentir - me senti frágil e insegura naquele momento e, somente fui capaz de cancelar a corrida, como um ato de autopreservação, para me proteger de olhares, um eventual julgamento, sei lá. 

Eu acho que de tanto levar porrada da vida, eu me superprotejo para não me machucar mais por eventos externos ou pessoas. Já não basta o julgamento de pessoas que são da "família" e sou obrigada a conviver, então acho que o que eu puder evitar desse tipo de dor, eu irei. That's it! 

PS: a foto é uma dica subliminar de onde conheço a peça ;)

Sobre projetar seus sonhos no outro

terça-feira, 2 de abril de 2024


Hoje assistindo uma aula de um curso que eu queria muito e consegui me inscrever por um milagre de Deus, eu ouvi um depoimento de uma mãe que viajou com o filho adolescente  de forma nômade (trocando trabalho por hospedagem/alimentação), pela Europa e África e relatando que em alguns momentos foi um pouco frustrante, pois o adolescente não estava tão empolgado quanto ela na aventura. 

E ela fala sobre projetar os sonhos no filho e entendeu, nessa viagem, que não deve esperar do outro o que nós gostaríamos ou desejamos.

Corta para 10 anos atrás...

Eu casada ainda, brigando com meu marido pois meu sonho era e sempre foi conhecer Paris, mas ele – veja bem – não fazia nada ou me ajudava a organizar, planejar ou mesmo guardar dinheiro para a tão sonhada viagem! 

MINHA!

E meio que caiu um ficha da minha vida e como eu projetava meus sonhos no outro seja o ex, seja alguma amiga que também tinha esse sonho. 

Mas eu mesma não fazia nada em busca desse sonho, dessa vida que eu tanto desejei.

Hoje, neste momento, percebi quando fui omissa e terceirizei meu grande sonho. 

Por medo, talvez, de não dar conta de realizar e ter que conviver com o gosto amargo da frustração. 

Falta de fé em mim mesma, que sou capaz de correr atrás e realizar mesmo sozinha, porque afinal o sonho é apenas meu. 

Ou ainda por achar que para aquela menina pobre do interior não seria permitido comer um croissant vislumbrando a Torre Eiffel, do outro lado do oceano onde me encontro. 

Não sei, só sei que uma ficha muito grande sobre mim, caiu hoje e isso vai causar muitas mudanças nessa estrutura. 

07/02/2024

Hoje eu chorei preenchendo uma planilha!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Imagem: Google

Não sei se era a música, I Don’t Wanna Talk About It, na voz de Dino Fonseca que tem uma letra triste e me tocou profundamente. Ou o fato de eu estar descalça, sem sutiã, extremamente confortável, em casa, cantando a pleno pulmões enquanto coletava dados para minha planilha no melhor estilo copia e cola.

De repente as lágrimas insistiram em rolar e senti uma imensa vontade de agradecer a Deus por esse emprego, essa benção na minha vida, melhor do que eu havia pedido. E me dei conta de quanto eu amo esse trabalho e tudo que ele me proporciona.

Me senti extremamente grata por ter isso na minha vida no momento.

E chorei de felicidade, e agradeci mais um pouco para que Deus saiba que aprecio muito a graça que Ele concedeu em minha vida!

Só queria agradecer e que Ele soubesse que por muito tempo achei que não sentiria mais isso na minha vida, que é ser feliz fazendo o que ama!

Obrigada Deus!

Depois de ter escrito esse texto, no mesmo dia, escrevi esse outro sobre trabalho também: Acolhimento ou desculpa esfarrapada?