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Disney, não — galinhas no porta-malas: quando aprendi o peso do dinheiro

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Os 15 anos que imaginei que poderia ter versus os 15 anos que eu tive 

Como descobri o peso do dinheiro ainda criança — e aprendi que nem todo sonho cabe no orçamento e que a Disney não era para mim.

A primeira coisa que me vem à mente, minha mais antiga memória com dinheiro é do meu pai com um bolo de dinheiro nas mãos e a gente correr para o mercado gastar porque no dia seguinte ele já não valeria mais a mesma coisa. Estávamos nos anos 80, no plano Collor que congelou e sequestrou a poupança de milhares de pessoas no Brasil. A inflação estava fora de controle e os preços eram reajustados diariamente. Por isso o bolo de dinheiro – que não valia muito e valeria menos no dia seguinte – e a corrida desenfreada para garantir os itens de consumo básico antes que aumentassem de preço.

A segunda lembrança que tenho e foi nesse momento que entendi a diferença de classes sociais e que eu fazia parte da classe pobre. No ensino médio eu passei em um processo seletivo para estudar em uma escola de ponta, federal, gratuita. Acontece que nela, a antiga Escola Técnica Federal, hoje Cefet, diferente da minha escola de bairro que estudei a vida toda e tinha em sua grande maioria pessoas da mesma classe social que eu, na ETF havia jovens de todas as classes sociais, pois era uma escola muito requisitada e de prestígio.

Aos 14 anos fiz amizade com uma menina que não me lembro o nome, mas que claramente vinha de uma família com recursos financeiros. Tinha Tamagoshi assim que lançou, os melhores cadernos, estojos e mochila descolados. A minha? Uma horrível, gigante, azul marinho com vermelha que certamente duraria todo meu ensino médio – spoiler: durou.

Essa minha amiga iria ganhar de presente de 15 anos uma viagem à Disney, e como eu também ia fazer 15 anos naquele ano, ela me convidou a me juntar a ela nessa excursão por meio de uma agência de viagens.

Inocente, fui falar com meus pais meus pais que queria esse presente de 15 anos, se hoje eu rio da situação absurda que coloquei meus pais por não ter noção da nossa realidade financeira, na época eu achei que simplesmente era possível um vendedor de espetinho que mal tirava R$ 30 por dia livres e uma secretária escolar bancar uma viagem dessas.

Meu pai, meio desconexo da realidade que nem eu – tenho quase certeza de que ele é bipolar também – coitado ainda foi na agência para ver o valor de quanto sairia esse presente para sua filha primogênita.

Esse mesmo pai que trocou nosso animal de estimação, uma pastora alemã de 5 anos por um porta-malas cheio de galinhas, que vendeu nossa casa no interior por apenas R$ 3.000,00 e, ainda parcelado, foi a uma agência de viagens perguntar o valor de um pacote para Disney.

Não me lembro se eu fui, tenho umas lembranças de ter entrado em uma agência de viagens gigante em Cuiabá, mas pode ter sido de outro momento. Mas acho que fui com ele.

E então, descobrimos finalmente o valor do pacote: R$ 15.000,00 que vejam bem, poderia ser divido em parcelas de R$ 4.500,00 (não lembro quantas). A memória pode estar um pouco nublada, talvez fosse uma entrada alta e o resto em parcelas menores, mas o que descobri naquele dia: isso nunca seria para mim. Não ao menos naquela realidade financeira e classe social que eu existia. Quinze mil reais em 1996 para uma família de 5 pessoas que sobrevivia com o salário de secretária da minha mãe e dos trocados que sobravam da venda de espetinho pelo meu pai. Totalmente fora da nossa realidade! Um sonho praticamente impossível de ser realizado.

Naquele momento eu tive meu grande primeiro choque de realidade. Não culpei meus pais por não serem capazes de me dar esse presente de aniversário de 15 anos, eu entendi que o que eu sonhava estava muito distante da nossa realidade financeira, que mal poderia pagar um bolinho na nossa casa mesmo, cujas paredes sequer tinham tinta, eram apenas cinzas do reboco de cimento.

Hoje, olho para aquela adolescente com ternura. Não fui à Disney, mas viajei por caminhos que ela nem ousava sonhar. Ainda luto todos os dias para romper os muros invisíveis da classe, da origem, da falta. Mas aprendi a transformar ausência em impulso, e frustração em força. Talvez, só talvez, meu passaporte carimbado ainda venha, não como presente, mas como conquista.

Quando o frio soprou pela primeira vez Cuiabá: o inverno que mora em mim

quarta-feira, 28 de maio de 2025

 


Vinte e oito de maio de dois mil e vinte e cinto. O primeiro vento frio chegou a Cuiabá, essa cidade que me abriga desde os nove anos, mas cujo calor escaldante nunca me conquistou. Talvez porque vivamos ao lado do Portão do Inferno. Literalmente.

O céu está cinza e, para mim, isso é belo.

Lá fora, chove. Mas não é uma chuva com ventos, trovoadas, dessas que derrubam árvores ou fazem a energia cair. É uma chuva vertical, reta, contínua, quase uma prece que cai do céu ao chão. Uma cascata delicada que produz o mais delicioso dos sons: o barulhinho de chuva.

O clima pede coberta, vinho, aconchego e até afago. Mas para mim, ele desperta: energia, produtividade, criatividade.

Engraçado que não me lembro de muitos dias específicos da minha infância, mas desse dia eu me lembro com uma clareza tal, como se tivesse ocorrido ontem.

Eu devia ter uns sete, oito anos.

Estava com um vestido vermelho de crochê e uma pochete azul — sim, porque eu era uma fashionista trendsetter desde sempre! Estávamos na parte da frente da casa: eu, meus irmãos, a babá… e um boi. Ou uma vaca. Ou talvez um bezerro — nunca soube ao certo.

Eu me lembro do sol cálido tentando romper as nuvens com uma luz clara, branca. Nada daquele amarelo costumeiro. Essa luz criava pequenos pontos de calor no quintal em muretas, pedras, meu colo. Eu me sentava nesses feixes, procurando abrigo do frio.

Um vento gélido e cortante que era possível sentir na espinha de tão frio que estava aquele dia.

Lembro das pedras de rio, daquelas roliças, que meus pais colocaram em frente de casa, perto da roseira que ficava em um grande vaso de concreto, porque como a luz estava diferente, elas estavam com um brilho especial, iluminadas, mas sem arder os olhos.

Hoje, o que mais se assemelha àquela luz é a lâmpada fria - branca, quase azulada- mas, naquela época, 35 anos atrás, ela vinha direto da natureza.

Ou talvez de Deus.

Acho que foi ali que nasceu o meu amor pelo frio. Ou se não nasceu, foi quando ele se revelou.

Toda vez que o vento gélido volta a soprar por aqui, minha alma começa a se aquecer.

E a felicidade brota, simples, como o barulho de chuva numa manhã cinza.

Bem-vindo, inverno.

Pode entrar.

 

🧨 As 13 Red Flags mais ignoradas por mulheres intensas e apaixonadas

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Imagem: Getty Images

(e que a gente só percebe quando já tá chorando ouvindo Adele no banho)

Ah, o começo do amor…
Borboletas no estômago, mensagens com bom dia e boa noite, playlist compartilhada, papos profundos sobre filmes, mães…
Sim. Mães.

A paixão tem um filtro rosa que apaga os alarmes, mas eu — sobrevivente de embustes emocionais, em recuperação eterna — vim te contar as 13 red flags mais ignoradas por nós, mulheres intensas, que amamos com força e esquecemos de desconfiar com calma.

E sim, muitas dessas vêm da minha própria história. 💔


Vamos nessa?

1. Proximidade estranha (e às vezes sufocante) com a mãe

Ele te chama de “amor” no segundo dia, mas ainda mora com a mãe… e conta TUDO pra ela.
Pior: compartilha problemas íntimos, recebe dela conselhos sobre você.
Se não for terapia, é dependência emocional disfarçada de laço familiar. 

2. “Você é diferente das outras” (dito cedo demais)

Parece elogio, mas não é. É uma tática sutil de colocar você num pedestal instável — onde a queda será só sua. 

3. Diz que está “emocionalmente indisponível”, mas segue te mandando mensagens todos os dias

Tradução: quer tudo o que um relacionamento oferece, sem o compromisso de te dar nada de volta.
(Ah, brit…) 

4. Ex que “era louca” (mas ele ainda fala dela com frequência)

Se TODAS as ex dele são instáveis, desequilibradas e ele é sempre a vítima…
⚠️ ALERTA DE GASLIGHTING ⚠️
(E olha que eu já fui a ex “intensa” de um terapeuta. Ele? Nunca errou. Pois sim.)

5. Diz que você é “demais” (mas como um defeito)

Você ama, sonha, se entrega, sente.
Ele diz que você é “muito intensa”, “muito sensível”, “muito mulher”...
Muita coisa pra quem é pouco, né?

6. Sumiços inexplicáveis seguidos de declarações dramáticas

Nada de “como foi seu dia?” por uma semana.
Aí do nada: “você é a mulher da minha vida.”
Essa montanha-russa se chama manipulação emocional.

7. “Somos só amigos” (com uma ex que ele ainda encontra com frequência)

A frase que vem antes da queda.
O coração já sabe. A intuição grita. Mas a gente romantiza.

8. Nunca assume erro. Nunca pede desculpas. Nunca se responsabiliza.

E você?
Acaba sempre achando que exagerou.

9. Elogia seu corpo, mas nunca sua mente

Te deseja, mas não te admira.
Te beija, mas não te escuta.
Te elogia com os olhos, mas não com o coração.

10. “Queria muito te ver, mas minha vida tá um caos”

Spoiler: a vida dele vai continuar um caos enquanto você estiver disponível demais.
A ausência de tempo nunca impediu a presença de interesse.

11. Muita poesia, pouca ação

Manda versos, cita Shakespeare, escreve como um Lorde…
Mas quando você precisa, some feito fumaça.
Se o amor só existe na palavra, não é amor. É roteiro de fanfic ruim.

12. Planeja o futuro, mas não marca nem o date da sexta

“Imagina a gente em Paris?”
(Amor, a gente nem foi no café do bairro ainda.)

13. Você se sente sempre um pouquinho menor quando está com ele

E esse é o maior sinal de todos.
O amor real não te diminui. Ele te amplia.

💔 Conselho final da Jana:
Se você precisa de intuição, lupa, investigação e fé para entender o que ele sente — então, ele não sente.

Quem quer, mostra. Quem ama, cuida.
E quem some, você deixa ir.
Porque a mulher que você é merece amor inteiro. Não esmola emocional.

E você? Ignorou qual red flag achando que era decoração de Natal?
Me conta nos comentários ou manda anonimamente para nosso próximo post.
Juntas, vamos deixar esses boys sem roteiro.
E ainda ganhar um prêmio literário no caminho.

Quando o espelho quebra. Aprendi da pior forma o que era mirroring!

quarta-feira, 21 de maio de 2025


O dia em que percebi que não era amor — era apenas reflexo.

Durante semanas, achei que tivesse encontrado algo raro. Daqueles encontros que a gente só vê em filmes ou lê em livros antigos. Um homem de fala mansa, olhar gentil, que me enviava poesias no meio da noite, que citava Shakespeare com a mesma naturalidade com que dizia “good morning”.

Ele parecia me enxergar por inteiro.

E como uma boa poeta que sou, me vi ali, completamente entregue à possibilidade de ser amada na mesma intensidade com que amo. Passei a acreditar que aquele homem — culto, sensível, estrangeiro, quase saído de uma livraria londrina — era a peça que faltava nesse quebra-cabeça que é o amor pra mim.

A ilusão do espelho

Mas aí me deparei com um vídeo que foi como uma lâmina cortando devagar.
Nele, uma especialista dizia: "Mulheres intensas, alto astral, criativas, geralmente caem na mão de narcisistas emocionais. Eles não se mostram de cara. Eles te observam, estudam e replicam seu comportamento. E por isso você acha que encontrou sua alma gêmea. Mas não é. É só um espelho."

Aquilo me paralisou.

De repente, todas aquelas conversas profundas, as poesias trocadas, as promessas sussurradas com sotaque britânico, começaram a fazer outro sentido. Talvez ele nunca tenha me enxergado de verdade — apenas devolvia minha própria luz em reflexo.

Espelhamento (mirroring), no contexto do abuso narcisista, refere-se ao ato de imitar ou refletir os pensamentos, sentimentos e comportamentos da vítima. Envolve o narcisista estudando os gostos, desgostos, preferências e valores da vítima e, em seguida, adotando essas mesmas características.

Era poesia… mas só de um lado

O que mais me doeu foi perceber que a poesia que tanto nos uniu — ele me mandava versos, lia poemas pra mim, dizia que se emocionava com minhas palavras — talvez fosse apenas mais uma tática para me manter encantada.

E como boa poeta, fui caindo.
Caindo nas entrelinhas, nos detalhes, nas metáforas que pareciam sinais de conexão genuína.

Mas poesia, quando é verdadeira, constrói. Ela toca, mas nunca fere.
E o que vivemos, embora parecesse lírico, terminou com silêncio, indiferença e promessas quebradas.

Quando não é amor, é lição

Hoje entendo que ele não me amava. Talvez tenha amado a ideia de ser amado por mim — e isso é bem diferente.

E eu? Eu amei com verdade. Como sempre.
Mas dessa vez, não me culpo por isso.

Eu amei porque sou feita de palavras.
Amei porque acredito no amor — ainda que ele, tantas vezes, venha disfarçado de poesia.

Mas agora eu sei: amor de verdade não confunde, não esconde, não manipula.
Amor de verdade não reflete — revela.

Love Bombing: When Love Arrives Like an Avalanche (But Doesn’t Stay)

sexta-feira, 16 de maio de 2025

By Janaína Arruda – Janaland

It was too much love in too little time.
Eyes that felt eternal through a screen, sweet words spoken with a foreign accent, promises of a future where only the two of us existed.
Me, as intense as I am, melted — and he knew it.
That’s when I learned: there’s a big difference between intense love and real love.

What I lived with Paul — and only now can I name it — has a name: love bombing.
And no, it’s not love.
It’s manipulation wrapped in romance.

What is love bombing?

Love bombing is an emotional tactic where someone overwhelms you with intense displays of affection, over-the-top compliments, big promises and declarations of eternal love — all in a very short time.
It feels like a fairy tale, but it’s a trap.
The goal isn’t love. It’s control. Dependency.
To make you believe you’ve found “the one” — and just when you surrender, they begin to pull away, disappear, grow distant.
And there you are, stuck between what was promised and the silence that followed.

How to recognize it?

  • Everything is too much, too fast

  • He calls you “the love of his life” before he even knows your favorite meal

  • There are lots of promises, but very little consistency

  • Slowly, communication changes: you start feeling ignored, anxious, insecure

  • You begin to blame yourself for feeling too much

  • He says “you’re too intense” — but isn’t there when you need him

What can you do?

  • Trust the signs: absence says more than a thousand words

  • Come back to yourself: someone who truly loves you won’t just disappear

  • Don’t blame yourself for believing: the problem was never loving too much — it was him not loving enough

  • Don’t accept less than what you offer.
    You weren’t born to be anyone’s half.
    You weren’t meant to beg for crumbs from someone who swore they’d love you.

Today, I look at all of this with more love for myself.
And if you’ve ever been through something like this — or are going through it right now — know this:
You deserve a love that stays.
That doesn’t fade into silence.
That fights to stay.

And until that love comes, may your own love for yourself be the most beautiful one of all.

A dificuldade de lidar com a dor da rejeição e ver alguém partindo

quarta-feira, 14 de maio de 2025


Tem uma dor que não cicatriza direito. Uma ferida que fecha por fora, mas sangra por dentro.
É a dor de ser deixada.

De ver alguém atravessando o portão e indo embora sem olhar pra trás.
Já senti isso uma vez. Achei que tinha sobrevivido. Achei que tinha aprendido. Mas aqui estou eu de novo, perguntando pra mim mesma o que é que eu tenho de errado.

Aconteceu de novo, 
Ele chegou como uma brisa leve, um filme britânico indie daqueles que a gente assiste numa madrugada insone achando que a vida é poesia, que tudo é possível, que basta amar.
Ele era sorriso, era cuidado, era desejo — e eu quis acreditar. Me entreguei. Dei o melhor de mim. Abri as portas, os medos, os traumas. Mostrei quem eu era sem maquiagem, sem filtro, sem armadura.
E, mais uma vez, não foi o suficiente.

Ele partiu. Não com gritos. Não com drama. Mas com aquele silêncio cruel de quem simplesmente... não fica.
É esse o tipo de rejeição que mais me dilacera. A que não tem explicação, nem fechamento, nem aviso prévio.
Ele foi embora e eu fiquei aqui, sentada nos escombros de mais uma esperança quebrada, tentando entender por que toda vez que eu amo, o outro vai embora.

Será que sou demais? Ou de menos?
Será que assusto? Será que canso? Será que o problema é essa minha mania de sentir tudo com intensidade, como se amar fosse um ato de sobrevivência?

Eu sei que sou intensa.
Sei que entrego tudo.
Mas também sei o quanto é cruel viver nesse ciclo de ser abandonada, como se meu coração fosse um Airbnb de passagem — confortável o bastante pra um fim de semana, mas nunca pra construir uma casa.

E o pior da rejeição nem é o outro ir embora.
É o que ela acende dentro da gente.
A voz que diz: “Tá vendo? Você não é amável o suficiente. Nem desejável. Nem digna.”
Eu tento calar essa voz, juro. Mas às vezes ela grita mais alto que minha razão.

Hoje, eu não tenho final feliz pra oferecer nesse texto.
Não tem superação.
Não tem aprendizado embrulhado pra presente.
Hoje só tem lágrima. Tem peito aberto. Tem dor.

E tem a promessa silenciosa que faço a mim mesma: de continuar.
De chorar tudo o que for preciso.
De acolher a mulher ferida que mora em mim.
De, quem sabe, um dia, aprender a amar sem medo de ser deixada.

Mas hoje não.
Hoje eu só quero gritar pra quem quiser ouvir: dói pra caralho ser rejeitada.
Dói ver alguém que você ama virar as costas.
Dói sentir que, de novo, você ficou.

E se você já sentiu isso, eu te abraço daqui.

Na verdade, acho que a gente se abraça — todas nós, mulheres que já amamos alguém que não ficou.
A gente se encontra nesse lugar de dor, de esperança que insiste, de amor que ainda pulsa mesmo machucado.

Um dia passa.
Mas hoje, não.

Love bombing: quando o amor chega como avalanche (mas não fica)

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Por Janaína Arruda – Janaland

Era amor demais para pouco tempo. Olhares que pareciam eternos através da tela, palavras doces ditas com sotaque estrangeiro, promessas de um futuro onde só existíamos nós dois. Eu, intensa como sou, me derreti — e ele sabia disso. Foi aí que aprendi: existe uma diferença enorme entre amor intenso e amor verdadeiro.

O que vivi com the brit — e só hoje consigo nomear — tem um nome: love bombing.
E não, não é amor. É manipulação disfarçada de romance.

O que é love bombing?

Love bombing é uma tática emocional onde alguém te envolve rapidamente com demonstrações intensas de afeto, elogios exagerados, promessas grandiosas e juras de amor eterno, tudo em pouquíssimo tempo. Parece conto de fadas, mas é armadilha.

A intenção não é amar, é te prender. Criar dependência. Te fazer acreditar que você encontrou o amor da sua vida — e quando você finalmente se entrega, a pessoa começa a sumir, esfriar, se ausentar. E você fica ali, perdida entre o que foi prometido e o silêncio que ficou.

Como identificar?

  • Tudo é muito intenso, muito rápido

  • Ele te chama de “amor da vida” antes mesmo de saber seu prato preferido

  • Há muitas promessas, mas poucas ações consistentes

  • Aos poucos, a comunicação muda: você passa a se sentir ignorada, insegura, ansiosa

  • Você começa a se culpar por sentir demais

  • Ele diz “você é demais” — mas não está lá quando você precisa

O que fazer?

  • Confie nos sinais: a ausência diz mais do que mil palavras.

  • Resgate seu centro: quem ama de verdade não desaparece.

  • Não se culpe por ter acreditado: o problema nunca foi amar demais. O problema foi ele não amar o suficiente.

  • Não aceite menos do que você oferece. Você não nasceu para ser metade de nada, nem para viver mendigando migalhas de atenção de quem dizia te amar.

Hoje eu olho para tudo isso com mais amor por mim mesma. E se você também já viveu algo assim — ou está vivendo — saiba: você merece um amor que permaneça. Que não suma no silêncio. Que lute para ficar.

E até esse amor chegar, que o seu próprio amor seja o mais bonito de todos.

Chove lá fora e aqui dentro também

segunda-feira, 7 de abril de 2025


⛈ Está chovendo lá fora.

O céu está cinza.

E inevitavelmente… eu penso em você.

É curioso como a ausência de uma mensagem pode fazer tanto barulho.
Como o silêncio grita quando a gente abre o coração, mesmo que com medo.

Hoje, o dia foi longo. O tempo passou devagar.
E, no meio de tanta coisa para fazer,
uma lágrima escorreu sem pedir licença.

Não era drama. Nem saudade.
Talvez fosse só a dor de esperar algo que eu não sei se vem.
Talvez fosse só o coração tentando dizer:
“Não se perde assim quando você mesma se encontrou.”

Tenho tentado me proteger.
Juro que tentei fazer diferente dessa vez.
Mas me entreguei, mesmo com receio.
E agora estou aqui, entre o querer acreditar e o medo de estar sonhando sozinha.

Só queria saber…
Se era real.
Ou se era só bonito demais para durar mais que uma noite.


Talvez eu ainda seja essa menina do interior que sonha com finais felizes.
Ou talvez… só esteja escrevendo o capítulo onde a princesa acorda, lava o rosto, e começa de novo — sozinha, mas nunca mais perdida.




Começando mais um projeto que não sei se vou dar conta! Estou no substack!

sábado, 18 de janeiro de 2025



Lá vamos nós de novo! 

Um novo projeto, mais uma - das tantas - redes para administrar! Conheçam minha página no Substack, Vida em fluxo: reflexões sobre Bipolaridade e os altos e baixos de ser adulto.

Lá os textos são mais crus, viscerais, humanos e sem filtros. A dura realidade de um bipolar buscando realizar seus sonhos e ser um 'adulto funcional' - odeio esse termo - fazendo as tarefas básicas do dia-a-dia. 

Convido todos vocês meus leitores a conhecerem esse lado "B" da Jana. 

Bisou, bisou. 


HOW THE GRINCH (NO CASO EU) STOLE DE CHRISTMAS - UM CONTO DE NATAL

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

 

Disclaimer:

Decidi aproveitar o dia de Natal (estamos em 2024) para trazer a luz esse conto de Natal escrito láaaa em 2018, mas que nunca tive coragem de expor, pois me causava muita dor. Acho que roupa suja se lava em casa, mas - hoje - acredito que temos de dar voz às vitimas de comportamentos abusivos e narcisistas, como eu e muitas outras mundo afora. A errada não sou eu, mas sendo o elo mais fraco, eu que tenho desejos de atentar contra a minha vida. O buraco será bem mais embaixo que a chave que não entrou, mas foquemos no ocorrido. 

Isto, posto, deleitem-se. 

A chave não rodou. 

A porta não se abriu. 

Ninguém entrou em casa. 

Um chaveiro foi necessário. Levando todos os últimos cents destinados ao Natal (na verdade 100 pilas). 

Assim, alguém tinha de ser culpabilizado. 

Veja bem, nesta casa, especificamente, nada ocorre por acaso, por que tinha de acontecer ou pela maldita Lei de Murphy (ou Teoria do Caos, para os mais sabidos). Não senhores! É sempre culpa de alguém e no caso, sempre eu. Porque não ouvi (porra, desculpa ligar o foda-se depois de ouvir um milhão de vezes a mesma merda repetida como um disco riscado), ou não obedeci, afinal tem a sapiência da experiência da vida #SQN (vem não que ainda tenho traumas de você caída no banheiro pelada ou chorando que tava com depressão quando devia cuidar dos filhos), ou sair um milímetro do caralho da coleira (mas pohãn, precisava respirar!, Mas nem isso sou permitida). 

Por não repetir seus gestos e atos justamente por evitar a todo custo ser como você (meu maior desespero), e como sou acompanhada de uma nuvem cinza, a merda sempre me acompanha. Devia ter ficado em casa, penso agora, essa coisa de sociabilizar não é para mim e a vida faz questão de deixar beeeem claro! 

Eu tenho a incrível capacidade de me meter em merdas que nem eu acredito (e olha que tô bem calejada de merdas! De já ter ajudado a escolher caixão antes, ou ainda, até em tiroteio estive esse ano!). Enfim, se Natal já não existia mais para mim, agora matei para todo mundo. Porque né, não basta se desgraçar, tem que levar todo mundo ladeira abaixo.

Quando a porta não abria, só pensava, Deus por favor me leva agora! 

Por que não fiz a porra da PAX? 

Por que não fiz a merda do seguro?

Isto posto, SINTO QUE ALGO MUITO RUIM VAI ACONTECER... 

Não sei se chego ao novo ano. Oremos. Mas a pressão da vida vai ser foda nesses últimos dias de 2018. Oremos. A pena de Maat está pesada pro meu lado (não sei o que ocorre se a pena for mais pesada...). Anúbis me espera e certamente me manda pro hell! 

S-E-M  E-S-C-A-L-A.

Já tô tão acostumada que nem mais questiono. Mas nessas horas pergunto, Deus, não fui boa o suficiente? Não ajudei o bastante para garantir alguma coisa boa? Faltou generosidade? Consideração? Porque sim, não é nato. Calculo a porra dos tijolinhos por bondades porque se depender de sentimentos de generosidade e amor ao próprio, nem perco meu tempo. Porque não existem, só para deixar claro para a geração “inclusão digital”.

Agora se for medir pelos pensamentos, aí sei que tô fudida mesmo! Sem nem julgamento! E só posso aceitar, porque realmente são os piores! 

Anyway, não sei como terminar esse texto que nem para a faculdade dou conta de escrever tanto assim, mas espero que dê tudo certo no final, pois como dizia um ex-chefe meu, se não deu certo ainda é porque não chegou ao final. Sábio homem.

Mas, se nada der certo, nos vemos no hell, quem for para lá obviamente. E espero que não seja você que perdeu 5 minutos da sua vida lendo esse texto que em teoria não seria publicado, mas o que é mais uma merda no mundo né não?

 

 


Deu um siricutico no corpo e voltei 25 anos no tempo (TEM PLOT TWIST DUPLO CARPADO)

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Uma notificação de conexão do Linkedin - a rede social dos 'adultos' - bastou para que o coração errasse a batida. 

Fui transportada, não! Fui CATAPULTADA para 25 anos atrás, quando no auge da minha adolescência, aos 16 anos despertavas paixões avassaladoras. Foi o caso dessa pessoa que fez a solicitação de conexão. 

Perdemos contato há muitos anos, na época que eu era casada e achava que para 'honrar' meu marido deveria me afastar de todos os meus amigos homens, especialmente aqueles quais já tive algum tipo de relacionamento. Afff nem fala...

Primeiramente, TROUXA! Segundamente, duplamente trouxa porque o bonito se divertia fazendo músicas, poemas e declarações para qualquer ser humano do sexo feminino. Triplamente trouxa seria mais adequado. Mas voltando ao siricutico. 

Me peguei toda agitada, tal qual uma adolescente apaixonada que checa 1 milhão de vezes o celular - ou a rede social - a espera de alguma resposta, de uma conversa mais profunda para além do 'oi, como vai', 'estou bem graças a Deus' e só isso. 

Passei o dia todo conferindo se haveria uma resposta a minha última mensagem, um pedido de número de WhatsApp para continuarmos a conversa e falarmos da vida, sonhos, amores, paixões, tal qual quando éramos adolescentes. 

Me peguei esquadrinhando as fotos postadas por ele naquela rede, dando zoom para saber se o tempo foi generoso com ele como foi comigo. E foi! Parecia o mesmo, com alguns poucos sinais do tempo. O sorriso e olhar ainda estão lá, são os mesmos.

Acho que me peguei nessa situação porque ele foi a primeira pessoa que me amou verdadeiramente, com entrega e, desconfio, que eu tenha sido seu primeiro amor e primeira grande paixão de sua vida, mesmo não correspondendo. Eu tinha aquela petulância juvenil dos que não sabem nada, mas acham que sabem tudo, sacam? E a história de amor era meio que como aquele poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém."

Ele era apaixonado por mim, eu pelo melhor amigo dele, que por sua vez não amava ninguém (pelo menos não eu, o que dava na mesma hahaha). 

Mas o que me arrebatou foi a lembrança de quão bem ele me travava, como uma princesa merecia e como ele sempre me colocava em primeiro lugar, acho que por isso senti tudo isso em uma conversa de 5 minutos por meio de uma rede social estritamente profissional. 

Agora toda vez que entrar no Linkedin, a fotinha dele estará lá do lado direito me lembrando de como eu gostaria de alongar essa conversa. 

Mas isso tudo é apenas uma divagação e resultado de uma vontade de ser notada, me sentir desejada de novo e ter aquela sensação do que é ser prioridade na vida de uma pessoa. Isso é uma coisa que sinto muita muita falta. 

Não que ainda eu seja a dele ou sequer ele lembre de mim, a vida andou, ele constituiu família e já devo ser uma doce memória de um passado distante. 

Mas para mim foi revigorante e gostosa a sensação de ter 16 novamente, mesmo que por uma tarde...

PLOT TWIST DUPLO CARPADO

Corta para 8 meses depois de ter tido essa experiência e epifania literária - o rascunho era de 31/10/2023 - e hoje, 03 de junho de 2024 pedi um carro de aplicativo pela manhã...

Preciso que você caro leitor, saiba que sou uma pessoa distraída e desatenta - only God knows como isso atrapalha minha vida! - e ao solicitar a corrida pela manhã, nem SEQUER olhei para ver o modelo do carro ou nome do motorista, aliás, nunca olho até 15 segundos antes de embarcar, precisamente no momento em que estou abrindo o portão da garagem, apenas para reconhecer o veículo e não correr o risco de entrar no errado, uma vez que moro perto de uma escola. 

Eis que hoje, decidi não sei porque cargas d'água olhar quem seria a pessoa que levaria até o trabalho e vi o nome e corri o mais rápido que pude com os dedos no aplicativo para localizar a foto! SOCORROOOOOO! MEU PAI AMADO!

Não há emojis de susto nesse mundo suficientes para descrever o que senti na hora! A começar por minha barriga que congelou tal qual uma adolescente no olho do furacão de uma paixão romântica, as pernas bambearam o ar desapareceu e de repente parecia que não sabia mais andar, falar ou pensar. 

O carro estava parado na PORTA DA MINHA CASA! Eu entrei em pânico e tive uma síncope e, como único ato que me pareceu mais óbvio no momento, CANCELEI a corrida!

É isso, fim do dorama, sobem os créditos. hahahaha

Não houve "O" reencontro depois de milhares de anos porque simplesmente ARREGUEI, pois não me sentia segura o suficiente para encarar um amor de juventude. Ainda mais de manhã cedo sem nem saber meu nome direito. 

Isso tem muito a ver com o fato de eu não me sentir uma pessoa bem-sucedida, por estar acima do meu peso uns 30 kgs e mesmo expondo minha cara e corpo na internet para quem quiser ver - meus 24 mil seguidores no Instagram não me deixam mentir - me senti frágil e insegura naquele momento e, somente fui capaz de cancelar a corrida, como um ato de autopreservação, para me proteger de olhares, um eventual julgamento, sei lá. 

Eu acho que de tanto levar porrada da vida, eu me superprotejo para não me machucar mais por eventos externos ou pessoas. Já não basta o julgamento de pessoas que são da "família" e sou obrigada a conviver, então acho que o que eu puder evitar desse tipo de dor, eu irei. That's it! 

PS: a foto é uma dica subliminar de onde conheço a peça ;)

Sobre projetar seus sonhos no outro

terça-feira, 2 de abril de 2024


Hoje assistindo uma aula de um curso que eu queria muito e consegui me inscrever por um milagre de Deus, eu ouvi um depoimento de uma mãe que viajou com o filho adolescente  de forma nômade (trocando trabalho por hospedagem/alimentação), pela Europa e África e relatando que em alguns momentos foi um pouco frustrante, pois o adolescente não estava tão empolgado quanto ela na aventura. 

E ela fala sobre projetar os sonhos no filho e entendeu, nessa viagem, que não deve esperar do outro o que nós gostaríamos ou desejamos.

Corta para 10 anos atrás...

Eu casada ainda, brigando com meu marido pois meu sonho era e sempre foi conhecer Paris, mas ele – veja bem – não fazia nada ou me ajudava a organizar, planejar ou mesmo guardar dinheiro para a tão sonhada viagem! 

MINHA!

E meio que caiu um ficha da minha vida e como eu projetava meus sonhos no outro seja o ex, seja alguma amiga que também tinha esse sonho. 

Mas eu mesma não fazia nada em busca desse sonho, dessa vida que eu tanto desejei.

Hoje, neste momento, percebi quando fui omissa e terceirizei meu grande sonho. 

Por medo, talvez, de não dar conta de realizar e ter que conviver com o gosto amargo da frustração. 

Falta de fé em mim mesma, que sou capaz de correr atrás e realizar mesmo sozinha, porque afinal o sonho é apenas meu. 

Ou ainda por achar que para aquela menina pobre do interior não seria permitido comer um croissant vislumbrando a Torre Eiffel, do outro lado do oceano onde me encontro. 

Não sei, só sei que uma ficha muito grande sobre mim, caiu hoje e isso vai causar muitas mudanças nessa estrutura. 

07/02/2024

Hoje eu chorei preenchendo uma planilha!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Imagem: Google

Não sei se era a música, I Don’t Wanna Talk About It, na voz de Dino Fonseca que tem uma letra triste e me tocou profundamente. Ou o fato de eu estar descalça, sem sutiã, extremamente confortável, em casa, cantando a pleno pulmões enquanto coletava dados para minha planilha no melhor estilo copia e cola.

De repente as lágrimas insistiram em rolar e senti uma imensa vontade de agradecer a Deus por esse emprego, essa benção na minha vida, melhor do que eu havia pedido. E me dei conta de quanto eu amo esse trabalho e tudo que ele me proporciona.

Me senti extremamente grata por ter isso na minha vida no momento.

E chorei de felicidade, e agradeci mais um pouco para que Deus saiba que aprecio muito a graça que Ele concedeu em minha vida!

Só queria agradecer e que Ele soubesse que por muito tempo achei que não sentiria mais isso na minha vida, que é ser feliz fazendo o que ama!

Obrigada Deus!

Depois de ter escrito esse texto, no mesmo dia, escrevi esse outro sobre trabalho também: Acolhimento ou desculpa esfarrapada?

ME FORMEI AOS 40 ANOS!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Acabei de olhar as fotos da Colação de Grau e passou um filme da minha história diante de mim.

Minha jornada, termo em alta, mas banalizado depois de certa participante do BBB o usar a exaustão, porém temo que seja a única palavra que consiga definir bem esse período da minha vida que não foi fácil. Foram 22 anos

Jornalismo era minha segunda faculdade na UFMT, em 2001 comecei cursando Economia dentro daquele protocolo de sair do ensino médio e já entrar na faculdade, mas chegando no 4º ano, faltando apenas 2 para terminar, sendo que o último era apenas a monografia de disciplina, eu empaquei e não fui para frente. Resultado, de tanto desistir finalmente abri mão em 2015 porque havia passado para Jornalismo. Mas ainda assim, me considero uma “quase economista”.

Nessa época estava casada em um romance que descobri anos depois da separação que era uma relação abus1va.

Nos mudamos do centro da cidade para perto da UFMT e comecei a frequentar o curso.

No começo aquela animação que com o tempo foi se arrefecendo e eu não conseguia entender o porquê não conseguia levantar pela manhã e ir para aula sendo que essa era minha única obrigação do dia...

Meu ex-marido para me ajudar comprava comidas gostosas e cerveja todos os dias e como resultado cheguei a quase 100 quilos e nunca tocamos no assunto saúde mental.

Tive problema com um professor e não consegui ir as aulas porque tinha “episódios” que anos depois descobri que eram crises de ansiedade. No entanto meu “amor” dizia que um psicólogo iria “mexer na minha mente e mudar quem eu sou” nunca passou pela minha cabeça procurar um profissional, muito menos psiquiatra! Remédio? Deus me livre, iria alterar minha personalidade e eu deixaria de ser quem eu sou, segundo ele!

E assim fui indo capengamente, reprovando por falta até chegar em 2016 quando veio a separação, porque o dito cujo queria se satisfazer em outros braços. Nesse momento caio em depressão por uns 3 meses, após 1 tentativa de su1cidio.

Começo a me reerguer alguns meses depois de ficar de cama por um longo tempo apenas chorando a miséria da minha existência e em 2018 volto a estudar com empenho.

Mas ainda capengamente, reprovando por faltas em muitas disciplinas até que em novembro de 2019 mais uma tentativa de suíc1idio e dessa vez testemunhado pela minha irmã.

Não lembro de muito porque minha mente estava muito nublada na época mas lembro de ir em um psiquiatra pela primeira vez, aí começaram os remédios, o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar e fui parar também em um terreiro, afinal toda ajuda era necessária e tive uma experiência surreal com outros espíritos, enfim, foi tenso todo o processo!

Com a medicação veio a estabilidade para conseguir assistir as aulas “daquele professor” e também uma pand3mia que mudou radicalmente a forma de ensino em uma instituição federal. Aulas online, professores mais amáveis, foi um período turbulento e transformador e o professor finalmente ficou para trás.

Voltamos a vida normal e eu JUBILEI! Foram meses de caos, dor e desespero até conseguir passar por todas as etapas do processo administrativo para retornar e nessa hora o que me salvou foi o TAB e um milhão de documentos após, consegui retornar para concluir o curso.

Depois veio o famigerado TCC e foi aí que pedi ajuda da @psi.alineemanuele porque era muita tensão, ansiedade e desespero para conseguir finalizar meu projeto e ela grandemente como profissional e humildemente como ser humano aceitou o desafio (por isso ela se encontra nessa galeria) e cuida de mim até hoje!

E com ajuda profissional eu finalmente consegui terminar meu TCC e apresentar e tirar uma nota mediana, mas é isso Brasil. Foi frustrante, mas o que importa é que alcancei a linha de chegada.

Não sei como cheguei até aqui, mas me sinto muito felizarda de ter tido o suporte necessário, mesmo que tenha levado 22 anos da minha primeira matrícula até a graduação, pois eu nunca achei que chegaria até aqui, porque na minha cabeça eu m0rreia antes.

E cá estou, Jornalista formada!

Acolhimento ou desculpa esfarrapada?

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Foto: Alto Astral

Tenho de aceitar que não se pode ter o melhor dos dois mundos!

Se hoje de manhã eu chorei de felicidade por estar fazendo aquele trabalho tão prazeroso, termino o dia com sentimento de frustação por não ter sido minha melhor versão. 

Entreguei o que me foi pedido, mas sinto com foi insuficiente. Podia ter feito mais. 

É hora de ir pra casa e avaliar minha postura.

Sinto que preciso me dedicar mais a ambos os projetos que abracei esse ano (os 3, na verdade) e procurar entregar meu máximo em cada um.

Sei que devemos fazer o que conseguimos, o que é possível naquele momento, pois “feito é melhor que perfeito não feito”. 

Porém, sinto que estou aquém das expectativas que foram depositadas em mim, e vou além, da fé que colocaram em meu trabalho me dando um voto de confiança! Todas as 3!

Aprendi a me acolher, mas as vezes sinto que sou por demais indulgente comigo mesma...

Seja por tudo que passei, pelas cicatrizes que tenho e as feridas que lambo sozinha no escuro, seja pela dor que me foi causada, como a possibilidade de ter tido um filho quando eu tive essa vontade. 

Não culpo o mundo pelas minhas dores, mais fácil culpar a mim mesma, mas estou refletindo se não devo forçar mais um pouco mais, afim de buscar melhores resultados. 

Como se eu vivesse com 50% da minha capacidade, mas tivesse medo de chegar aos 100% ou perto disso por medo de fundir o motor e ficar sem nada.

Sabe ser fominha e ter o olho maior que a barriga?

Hoje eu fico feliz de ter sido uma “adulta funcional” e cumprir as tarefas que me foram dadas ao longo do dia e dos meus três empregos. 

Mas quero sentir a potência desse motor, sabe? Ser a que entrega resultado, qualidade e dentro do prazo!

Uma verdadeira máquina de produzir!

Não precisa nem ser 100% do tempo, mas se for na maior dele eu já ficaria feliz! 

Sabe como é?

Praticing a kinda of lazzy beauty at 41

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Imagem ilustrava da internet

Don"t misuanderstand me I LOVE BEAUTY and self care! I pratice it since my 14 years old (I'm 41 now). 

But when I say "lazzy beauty" I mean self care but not with pressure. Is more like do it on your on time, when it will be a good thing on your routine. 

I always put sunscreen in my face, but it's because my mother already he had câncer on her skin. 

It's a skicare fundamental item that I was less focused about, but now I don''t leave my home without sunscreen!

Do you know when you don't want to do the 15 steps of the Korean routine? 

It's like that, sometimes we are exhausted, from everyday life, from our busy lives, from taking care of our children that we simply don't want to be a skincare DIVA.

You just want to rest and feel like you're doing "at least" the minimum for yourself and your skin.

This means that washing your face with a soap specifically for your skin is a start.               

It also means that IF you have some time to spare, you can make a mask, but it's OKAY if you can't.

There are days when I can only apply sunscreen in my skin and I need to accept that this will be the most I can do for myself that day. AND THAT'S OK!

You don't need to try to embrace the world when it's about your're self-care. Do what you can, in your time, within your reality. 

Because it is very easy to judge, it is difficult to look at each reality!                

I love a complete 12-step routine, but I also accept when I'm not feeling well and use just 1 moisturizer before bed and just sunscreen the next day.

That's the game about self-care! 


Desmontar a árvore e Natal é um ato solitário e melancólico

sábado, 13 de janeiro de 2024

Imagem ilustrativa da internet

 Hoje (14.01) desmontei minha árvore de Natal sozinha! 

Tinha uma lata de Spaten na mão e um sonho de conseguir cumprir a tarefa que já estava deveras atrasada, afinal o "dia correto" de se desmontar a árvore e Natal é no Dia de Reis, 6 de janeiro, mas como eu monto e desmonto quando a minha disposição está ativa ou não, caguei para essa data simbólica!

Mas me vi sozinha contando bolinha por cores para ajudar o tempo passar mais rápido, porque eu era a única pessoa a realizar a tarefa de desmonte da árvore, mesmo havendo mais de uma pessoa na casa...

Fiquei ali contando bolinhas, pensando na vida e em como as pessoas são empolgadas para montar a árvore, mas acho que depois de tantas festas e eventos de final de ano, só querem que aquele trambolho de 2,10 metros SUMA e o ano possa finalmente ser começado! 

Como eu sou uma pessoa perturbada e tenho TOC sei que temos 80 bolinhas douradas e 46 vermelhas e apenas 20 e poucas pratas. Não sei o que exatamente quer dizer, mas é claro que á uma discrepância ENORME entre as bolas vermelhas e douradas!

POR QUE?

Enfim, consegui realizar a tarefa programada para hoje por conta de um milagre DIVINO e por isso devo agradecer aqui publicamente, os meus pequenos milagres diários, porque sem eles não estaria aqui contando essa história. 

Árvore desmontada e guardada (amanhã), posso voltar a focar na doação da minha coleção de revistas SET e meus DVDs que futuramente irão saber o motivo (o posto está pronto há meses!). 

Enfim, tarefa cumprida na minha solidão e com minha trilha sonora do Deezer. 


Apresento a fase maníaca da Bipolaridade

Imagem ilustrativa da internet

 Estou na fase maníaca!

Desde ontem com a cabeça agitada à milhão, criando mil projetos, querendo comprar o mundo (a sorte que estou sem dinheiro) e não tinha me dado conta que tinha entrado em mania. 

Parece que quero abraçar o mundo, fazer mil coisas ao mesmo tempo, tirar TODOS os meus projetos, desejos e sonhos do papel. 

É difícil conseguir dormir porque a mente não desliga, mesmo no arzinho gostoso, com Zolpidem na cabeça o sono não vem! 

É uma ânsia por viver e resolver tudo que está pendente na minha vida!

Parece que entro no modo turbo a assim fico por dias.

Fico passeando por horas em todos os meus carrinhos virtuais pensando no que vou finalizar, ah, porque um boleto pelo menos tenho de fazer! 

Escrevo mais, é meu segundo texto em dois dias sem nada de álcool para “inspirar”, porque sou um clichê ridículo de artista que precisa turvar a mente para despertar a criatividade. 

Passo meses sem escrever uma linha que não seja as matéria e textos que preciso fazer para o trabalho.

E do nada essa epifania que me faz uma máquina de escrever. 

Sim, meus senhores, apresento-lhes a fase de mania de um bipolar. 

É o mais puro espírito da criatividade (e outras consequências nem tão boas), mas confesso que é a parte que mais amo de ser TAB. 

Tudo bem que vem acompanhada de impulsividade e isso as vezes me coloca em maus lençóis

Mas depois que aprendi a conviver melhor comigo e meu transtorno, alguns comportamentos consigo identificar e brecar antes de uma atitude impulsiva. 

As vezes quando estou muito empolgada até deixo me levar, mas em um ambiente mais controlado, se é que isso é possível. O que quero dizer é que calculo antes o eventual dano e se estou disposta a pagar por ele. 

Como por exemplo uma ressaca em plena quarta-feira quando você precisa entregar algo importante no trabalho. 

São pequenos riscos, mas que me fazem feliz naquele momento e do alto da empolgação, aceito o preço. 

Mas isso tem se tornado cada vez mais raro, pois com medicação e terapia os episódios de mania são MUITO menos intensos. 

Como diria Caetano, "a dor e delícia de ser quem eu sou".

Escrito em 09.01.2024

Porque eu amo um novo ano?

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

 

Uma das coisas que mais fazem com que eu me sinta com a energia renovada é a virada do ano!

Incrível como eu estava me arrastando, usando meu último saldo de bateria existencial nos últimos dias de 2023 e bastou mudar de ano que parece que troquei a minha bateria e estou serelepe ligada no 220 v. 

Quero tirar meus projetos do papel, começar novos, resolver pendências antigas! 

Parece que renasci e sou uma nova pessoa! Incrível o poder que a renovação do ano tem.

Agora me vejo aqui, ansiosa, em êxtase para que passem logo os dias e eu veja finalmente meus projetos e resoluções saírem do papel. 

A maioria os mesmos do ano anterior, e anterior e antes disso.

Não sei qual esse poder que faz a gente sentir que “agora vai” e que finalmente as coisas irão acontecer. 

A esperança voltou a fazer parte dessa pessoa e a fé também foi restaurada. Uma página em branco pronta para ser escrita. 

Acho isso tudo muito extraordinário, esse poder transformador que a virada de ano tem.

Queria saber se mais alguém se sente assim? 

Me sinto realmente feliz e disposta a conquistar todos os meus sonhos deixados para trás por todos esses anos! 

Amém!

A solidão aos 40

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Imagem: Reprodução Internet

Eu fico olhando insistentemente a janela do computador que tem as minhas conversas do WhatsApp na esperança de alguma mensagem que precise de resposta esteja a minha espera, mas não há. 

Assim como as mensagens diretas do Instagram...

Nem estranhos esquisitos puxando conversa no Facebook. 

Me sinto em uma ilha, sozinha, isolada. 

Estou em um estágio da vida que não tenho mais paciência de sair e fazer novas amizades e me dei conta que não mantive nenhuma da infância ou adolescência.

Nem mesmo a mais recente, dos últimos anos que parecia madura, compreensiva e duradoura não ficou.

Não tenho amizade com primos, não cultivei isso em ninguém e agora é a hora da colheita, isso eu tenho consciência, por isso não reclamo do meu destino. 

É apenas uma constatação e uma dor, porque sim, causa dor. 

Não daquelas que vai te por de cama, prostada, mas vai dar aquela pontada no peito e nó na garganta quando se dá conta que não tem ninguém para ligar quando quiser contar que finalmente vai realizar aquele grande sonho e ou que estás adoentada e precisa de uma canja. 

Tenho pessoas muito boas em minha vida, veja bem, se eu precisar tenho a quem recorrer graças a Deus. 

Mas aquelas coisas banais do dia-a-dia, geralmente ficam apenas para mim. E isso, por vezes me deixa triste. Mas uma tristeza solitária que logo passa, me ocupo, escrevo, leio, estudo, procuro aprender algo novo. 

Mas novamente, caio em um mundo solitário. 

Me preencho e me basto? Sim, mas seria interessante uma companhia...

Não no sentido romântico, porque esse, ah eu já desisti faz tempo, mas com cia de conversa, para aquela fofoca gostosa ou enviar um meme. 

A cartilha manda a gente se amar, aprender a desfrutar da nossa própria companhia, mas não ensina como lidar com esse silêncio que fica. O vazio dentro de nós. 

É ótimo ser autossuficiente, mas também é ótimo dar boas gargalhadas com uma taça de vinho na companhia de uma boa – ou bom – amiga. 

Agora vou conferir o WhatsApp novamente enquanto carrego um arquivo na nuvem.